Inovação nas empresas: o que esperar do mercado de tecnologia em 2022? Por Roberto Arruda e Leonardo Costanza*
/ Com o fim de 2021 se aproximando, especialistas e líderes do mercado iniciam suas apostas sobre as principais tendências tecnológicas que serão adotadas pelas empresas no ano seguinte. Não é novidade que a pandemia acelerou, e muito, o processo de digitalização das companhias brasileiras. No entanto, com a consequente mudança de comportamento dos consumidores, muitas inovações ainda estão por vir em 2022. Para se ter uma ideia, de acordo com uma recente pesquisa da IDC, o investimento em Transformação Digital seguirá crescendo a uma taxa anual de 15,5% até 2023. Com isto, ainda em 2022, 70% das empresas terão acelerado o uso de tecnologias digitais. Diante deste cenário promissor, quais inovações as organizações podem esperar para o próximo ano?
Primeiramente, antes de qualquer projeção sobre o futuro, é fundamental analisarmos o passado. Nos últimos anos, a computação em nuvem trouxe uma série de novas tecnologias que impulsionaram a disrupção em diversos segmentos da economia. Para 2022, essa velocidade de migração deve aumentar. As companhias perceberam que a migração para a cloud pode ser realizada de maneira rápida e simples, com o apoio de um time especializado. No entanto, mesmo estando na nuvem, é preciso prezar pela proteção dos dados, uma vez que o primeiro ciclo de monitoramento da LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais) terá início a partir de janeiro de 2022.
Cybersecurity mesh e data fabric
O conceito de cybersecurity mesh ganhará força no próximo ano, potencializando a segurança digital por meio de Inteligência Artificial. Com os recentes ataques cibernéticos à nuvem de organizações em todo o mundo, as empresas perceberam que não se trata apenas de restabelecer o banco de dados, mas sim, garantir que não haverá vazamento das informações.
Além disso, o mercado abordará fortemente o conceito de data fabric, que traz consigo a capacidade de fazer com que os dados estejam disponíveis em qualquer lugar. Isto, certamente, reduzirá o custo ao consumir grandes volumes de dados.
Todos esses conceitos trazem à tona a discussão sobre a descentralização dos dados, segurança e, também, como controlar esse grande volume de informações e reduzir custos ao mesmo tempo.
Hiperautomação e 5G
Esperamos que as empresas invistam ainda mais em hiperautomação em 2022. Ao automatizar os processos, é possível garantir melhor eficiência e mais competitividade, proporcionando às empresas a possibilidade de serem super ágeis, conectando seus sistemas de forma mais fácil, colaborando assim para decisões mais assertivas na operação.
A chegada do 5G ao Brasil também estará em evidência no próximo ano. Segundo a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), a quinta geração de telefonia móvel deve chegar em breve ao país, inicialmente operando em todas as capitais e no Distrito Federal, até julho de 2022.
Desta forma, o 5G trará consigo interações 20 vezes mais rápidas. Além de impactar positivamente a operação das empresas no país, a nova tecnologia será importante para o meio ambiente, uma vez que irá proporcionar economia de bateria por meio de sua performance, além de permitir que os dispositivos de Internet das Coisas (IoT) possam se conectar à rede sem consumir muita energia.
Vale ressaltar que observamos ao longo de 2021, o surgimento de comitês ESG, preocupados com o futuro do país. Este tema também seguirá em pauta em 2022, uma vez que as companhias ligadas às questões de sustentabilidade, certamente viverão um grande desafio e a tecnologia será uma grande aliada neste sentido.
“Metaverso”
Quando falamos em tecnologia e futuro, não podemos deixar de mencionar o “Metaverso”, idealizado pelo Facebook, cujo objetivo é trazer o mundo persistente, no qual se fazem negócios e se tem uma vida social, ao mundo virtual. Ou seja, a experiência trazida pelo Metaverso deve transformar o consumo totalmente e, desta forma, as empresas precisarão repensar todo o seu ambiente de TI, uma vez que isto será consumido em outra dimensão. Diversos setores serão impactados. No varejo, por exemplo, é possível imaginar o consumidor no ambiente virtual experimentando uma roupa e testando como ela ficaria no corpo.
É evidente que o digital é o novo campo de batalha para as organizações que precisam, cada vez mais, marcar presença neste universo. É preciso olhar para o universo digital com a característica do Metaverso, pensando em um local onde as empresas disputam a atenção do cliente. Desta forma, o que sustenta a inovação é a tecnologia, a eficiência e a maneira com a qual as empresas irão gerar vantagem competitiva no mercado.
*Roberto Arruda é CRO e Leonardo Costanza é Diretor de Inovação e Novos Negócios da Sky.One