Os anos terminam e começam iguais para o e-commerce? Expectativas e reinvenção para 2025, por Amanda Rodrigues*
A cada fim de ano o e-commerce brasileiro revisita suas estratégias, impulsionado pelas grandes promoções, pela Black Friday e pico de compras de Natal. Em janeiro, o ciclo se renova, com o setor se movimentando para atender às demandas de verão e de volta às aulas, em adaptações que já se tornaram tradição. Mas será que essa repetição se traduz em uma estagnação? Em um mercado tão dinâmico, como podemos continuar inovando enquanto respeitamos o calendário comercial?
A verdade é que o e-commerce precisa, sim, revisitar suas tradições, mas também buscar um equilíbrio com a inovação. Para 2025, espero ver o setor investindo mais em estratégias que não apenas sigam o ritmo do calendário, mas que também se adaptem e evoluam junto aos comportamentos de consumo, que mudam rapidamente. Segundo a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), o e-commerce brasileiro deve movimentar mais de R$ 185 bilhões até o final de 2024, registrando um crescimento de cerca de 12% em relação ao ano anterior. Esse crescimento reafirma o vigor do setor, mas também indica a necessidade de adaptação contínua para manter o ritmo.
Reinvenção com propósito: personalização e experiência
Nos últimos anos, os consumidores têm exigido uma experiência de compra cada vez mais customizada. Com isso, o e-commerce se transforma em um ambiente onde dados e inteligência artificial (IA) desempenham papéis fundamentais. A personalização é uma tendência que tem ganhado força e que continuará a impulsionar mudanças em 2025. Ferramentas de IA, que capturam preferências de consumo e criam sugestões personalizadas, aumentam a conexão com o cliente, fortalecendo o relacionamento e ampliando as taxas de conversão.
Para o próximo ano, vejo a personalização evoluindo ainda mais, com o potencial de oferecer uma experiência realmente imersiva e individual. De acordo com a consultoria McKinsey, 76% dos consumidores são mais propensos a comprar de marcas que personalizam suas ofertas e comunicações, o que demonstra o valor estratégico dessa abordagem no e-commerce.
Omnichannel e logística como vetores de crescimento
A conveniência é, sem dúvida, um dos fatores que levam o consumidor a preferir o e-commerce. Para o ano que vem, a integração omnichannel será ainda mais essencial para o sucesso das lojas on-line. A experiência do cliente dependerá da harmonia entre os canais on-line e offline, permitindo que ele transite de um ambiente para outro com facilidade. Essa integração não só aumenta a satisfação, mas também cria oportunidades de vendas mais fluidas e consistentes.
No entanto, o que sustenta a experiência omnichannel é a logística. Com o aumento da demanda e a expectativa por entregas rápidas e precisas, o e-commerce precisará aprimorar suas operações logísticas. A consultoria Bain & Company estima que as empresas que investirem em infraestrutura e tecnologia logística poderão reduzir seus custos de entrega em até 20%, aumentando sua competitividade e melhorando a experiência do cliente.
Expectativas para 2025: humanização e adaptação contínua
Em um setor que não dorme, as tendências de inovação não significam romper com o que já funciona, mas transformar o que temos para ir além. Minha visão para 2025 é que o e-commerce passará por uma verdadeira transformação, onde a tecnologia se une à empatia e ao compromisso com o cliente. As empresas que souberem equilibrar tradição e inovação, sem perder de vista a experiência humana, estarão em posição privilegiada para liderar o setor.
Ao fim de mais um ano, o que posso afirmar com convicção é que 2025 traz consigo uma nova oportunidade de reinvenção. No e-commerce, cada início de ano é um convite para olharmos para o que passou, mas, principalmente, para refletirmos sobre o que podemos transformar. Vamos aproveitar essa oportunidade para construir um futuro digital e verdadeiramente centrado no cliente.
*Amanda Rodrigues é Gerente de Marketing da Lity.