Conectividade: a aposta do mercado de tecnologia para 2022, por Eronides Júnior*
/ O mundo corporativo atual depende de inovações tecnológicas para sobreviver e o mercado de tecnologia tem passado por um processo de transformação digital cada vez mais acelerado e quase que obrigatório nas empresas, gerando um nível de maturidade tecnológica diferente para cada setor. De acordo com relatório do Gartner, 69% das companhias têm a aceleração digital como o objetivo de permanecerem competitivas em seus negócios. O dado reforça como as organizações estão atentas às tendências tecnológicas que estão por vir. Mas, o que esperar do mercado em 2022?
Automação de processos e conectividade 5G
Não é de hoje que o tema automação de processos está em alta nas empresas. Há um bom tempo percebeu-se que não era preciso alocar um humano apenas para operar máquinas ou processos repetitivos, podendo aplicar o tempo dos funcionários em outras atividades mais estratégicas do negócio. Portanto, as automações de meios de produção, planilhas, sistemas e processos tendem a ser aperfeiçoadas e cada vez mais aceleradas. O conceito de hiperautomação será pauta importante em 2022, pois o avanço da tecnologia proporcionou um novo patamar ao processo de automatização tradicional, que agora também inclui recursos disruptivos como Machine Learning e Inteligência Artificial, por exemplo.
Porém, uma nova tecnologia chega como uma quebra em relação aos processos de automação: o 5G. O novo serviço de tecnologia móvel traz menos latência e maior capacidade e velocidade de conectividade, permitindo que, por meio de uma rede de um dispositivo móvel, sejam acessadas bilhões de informações de maneira muito mais rápida e conectada. Ou seja, a partir da tecnologia 5G, diversos dispositivos estarão conectados entre si, e consequentemente, a automação também será beneficiada por máquinas que estarão conectadas a uma internet muito mais eficiente.
Aumento da demanda de Cloud Computing
O ecossistema do mercado de tecnologia com mais conectividade e maior volume de informações requer maior capacidade computacional, sendo necessário sistemas e softwares de análise e Inteligência Artificial, para trabalhar os dados que estarão sendo gerados e demandados de forma mais eficiente. Nesse sentido, a infraestrutura necessária para suportar esse enorme volume de dados interconectados e automatizados só pode ser encontrada em um serviço: a cloud.
No próximo ano, as aplicações tecnológicas relacionadas à nuvem seguirão em evidência. A nuvem atende com excelência qualquer tipo cenário, positivo ou negativo, por conta de sua flexibilidade de escalabilidade e alta disponibilidade. Além disso, a cloud foi e continua sendo uma grande aliada para empresas de todos os portes, oferecendo capacidade computacional ilimitada, serviços inovadores, segurança e atualizações contínuas.
Governança e segurança digital
Com tanta aceleração digital, especialmente ocasionada nos últimos dois anos com a irrupção da pandemia, muitas brechas foram criadas dentro das companhias e a governança dos processos foi ligeiramente danificada. Com isso, as organizações precisarão repensar seus sistemas de cibersegurança e reforçar os treinamentos e orientações aos colaboradores, uma vez que de nada adianta ter o melhor antivírus, se a equipe não está preparada para enfrentar as armadilhas da segurança digital.
Além disso, com a pandemia, foi preciso adaptar-se ao regime home office, no entanto, recentemente, muitas companhias demonstraram preferência ao modelo híbrido de trabalho. De acordo com um levantamento realizado pelo site Vagas.com, 42% dos trabalhadores preferem o modelo híbrido. Com mais flexibilidade, certamente a demanda por cibersegurança torna-se prioritária para garantir a segurança dos dados nas empresas. Isto, somado, à LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais), cujo primeiro ciclo de monitoramento terá início a partir de janeiro de 2022.
Com tantas tendências do mercado de tecnologia em vista, é certo afirmar que a transformação digital é um processo constante e contínuo de digitalização e, portanto, cabe às empresas decidir acompanhar ou não a velocidade de capacitação e atualização que o mercado de tecnologia mundial continuará enfrentando em 2022. Tamanha conectividade, que só cresce a cada dia, demandará ainda mais infraestrutura, de serviços e de profissionais e equipes técnicas especializadas e eficientes.
*Eronides Júnior é Chief Operations Officer (COO) da SoftwareONE