A era da Ask Engine Optimization: Como ser encontrado pelas inteligências artificiais, por Vinícius Taddone*
Com a ascensão das IAs, entender o conceito de AEO (Ask Engine Optimization) ou GEO (Generative Engineering Optimization) pode ser o grande ponto de partida para o futuro da visibilidade digital de uma empresa, especialmente considerando o aumento no uso de inteligências artificiais para consultas, em detrimento do Google.
Muitas empresas ainda estão adeptas ao tradicional uso do SEO (Search Engine Optimization) e do SMO (Social Media Optimization) para se destacar no ambiente digital. O SEO é uma técnica padrão para otimizar sites e garantir que sejam encontrados pelos mecanismos de busca da internet, enquanto o SMO se dedica a tornar o conteúdo mais visível nas redes sociais, utilizando estratégias como hashtags, metadados, e outros elementos que facilitam a localização do conteúdo.
No entanto, estamos em um momento de mudança. A transformação digital trouxe novas ferramentas e, mais importante, novos hábitos.
Com o avanço de assistentes baseados em inteligência artificial, como o ChatGPT, Gemini, Siri e Alexa, uma nova realidade surge: as pessoas estão deixando de usar exclusivamente os motores de busca tradicionais e começando a fazer perguntas diretamente para as IAs. Diante disso, como as marcas e empresas podem garantir que seus conteúdos sejam priorizados e recomendados por essas inteligências artificiais?
A resposta pode estar em um novo conceito: o AEO – Artificial Engine Optimization, uma abordagem emergente para a otimização da presença digital com foco em IAs.
À medida que mais pessoas buscam informações diretamente nas inteligências artificiais, o conceito de AEO ganha relevância. Artificial Engine Optimization ou AEO, é uma prática voltada para ajustar conteúdos e dados digitais de modo que as IAs possam reconhecê-los e priorizá-los como respostas.
Diferente de um buscador tradicional, que lista uma série de links, as IAs geram respostas mais direcionadas e interpretativas, selecionando informações que julgam mais relevantes.
Portanto, o desafio do AEO é entender como estruturar informações, metadados e conteúdos para serem facilmente “enxergados” por essas IAs. Isso envolve desde o uso de dados estruturados até a adaptação do conteúdo para um formato que se alinhe às preferências e algoritmos dessas inteligências artificiais.
Outro termo emergente que pode complementar ou até substituir o AEO é o GEO – Generative Engine Optimization, que foca na otimização de conteúdos para serem processados pelas IAs generativas, aquelas que criam e elaboram respostas complexas baseadas em grandes bancos de dados. Diferente do AEO, que é mais amplo e abrange qualquer tipo de IA, o GEO pode ser aplicado a ferramentas que realmente “geram” conteúdo, como o ChatGPT e o Gemini.
No Brasil, ainda não é claro qual termo será o mais adotado, mas essa discussão é interessante para definir a direção que o mercado deve seguir. Enquanto o AEO é mais abrangente e intuitivo, o GEO é mais específico e pode atrair atenção como uma tendência em ambientes onde a IA generativa predomine.
Em paralelo, surge uma reflexão interessante: o AEO poderia ser reinterpretado como Ask Engine Optimization. Esse nome reflete diretamente o comportamento das pessoas ao interagir com as IAs, pois, em vez de fazerem buscas tradicionais, elas fazem perguntas. Esse foco no “perguntar” traz uma abordagem mais acessível e popular, favorecendo um contato direto com a IA.
A vantagem de usar o termo “Ask” é que ele humaniza a relação com as IAs. O usuário não precisa mais “buscar” de maneira técnica, ele pode simplesmente “perguntar”, e o sistema dará uma resposta, seja em texto ou em voz. Nesse sentido, o Ask Engine Optimization traduz a transformação das buscas em conversas diretas e simplifica a forma como as empresas se relacionam com seus públicos.
Se sua marca quer se posicionar para esse futuro que já está no presente, algumas estratégias práticas podem ajudar a garantir que seu conteúdo seja notado pelas IAs. Primeiro, é importante investir em dados estruturados, como a marcação schema.org, para que as IAs compreendam melhor o conteúdo do seu site. Além disso, todos os conteúdos relevantes devem estar enriquecidos com metadados claros e específicos, facilitando sua interpretação e priorização pelas inteligências artificiais.
Criar conteúdos contextuais que respondam a perguntas diretas é outra estratégia eficaz, sendo útil adicionar seções de “perguntas e respostas” em suas páginas, como FAQs. Outro ponto essencial é manter a relevância do conteúdo sempre atualizada; as IAs priorizam informações recentes, então é fundamental que seus blogs e conteúdos estejam sempre atualizados e abordem temas de interesse do momento. Por fim, é importante adaptar o tom e o formato do conteúdo para o estilo de conversa; as IAs tendem a priorizar respostas diretas e objetivas que correspondam exatamente ao que o usuário está buscando.
Com essas práticas, entramos numa nova era do marketing digital, onde a prioridade não é mais só ser encontrado pelos motores de busca, mas sim ser reconhecido e recomendado pelas inteligências artificiais. É o momento de preparar sua marca para que seja visível e relevante para um público que consulta diretamente as IAs, sem passar pelo intermediário tradicional do Google.
Afinal, o futuro está aqui – e a otimização para as IAs será um diferencial competitivo. É hora de estar um passo à frente e adaptar suas estratégias de marketing digital para uma nova era, onde as perguntas encontrarão respostas diretamente com as inteligências artificiais.
*Vinícius Taddone é diretor de marketing e fundador da VTaddone®