Tecnologia multibiométrica: fórmula para o sucesso e seus efeitos para o mercado de seguros, por Carlos Chavarría*
A massificação da tecnologia vem exigindo um alto poder de inovação do mercado de seguros. Existem diversas ferramentas que proporcionam a simplificação de processos que, outrora, traziam inúmeros impactos ao setor com relação ao tempo e à experiência do cliente. Atualmente, o segmento caminha para uma maturidade tecnológica elevada, mas, certamente, ainda há muito espaço para melhorias, especialmente, no que diz respeito à segurança e às tecnologias multibiométricas.
Tendo em vista este cenário, as falhas de segurança no mercado de seguros têm chamado a atenção, especialmente, pelos prejuízos gerados a partir delas. De acordo com dados divulgados pela Confederação Nacional das Seguradoras (CNSeg), durante o primeiro semestre de 2021, 15,6% dos sinistros registrados no país foram classificados como suspeitos, somando um valor de R$ 349,3 milhões em fraudes. Dados, esses, que evidenciam a necessidade das seguradoras em buscarem por soluções eficazes na blindagem de seus sistemas biométricos de segurança.
Com o avanço tecnológico as seguradoras passaram a implantar em seus negócios recursos como Machine Learning, Ciência de Dados e Inteligência Artificial, trazendo mais precisão em dados para a tomada de decisões e agilidade no atendimento, proporcionando aos seus clientes uma experiência 360°. Entretanto, com o surgimento da pandemia, muitas seguradoras implantaram serviços para preencher, de maneira emergencial, uma lacuna, deixando brechas para fraudes. Desta forma, é fundamental que haja simplificação no processo de contratação, mas, também, é imprescindível que essa simplificação esteja acompanhada de máxima segurança.
Com o objetivo de incluir soluções multibiométricas em seu processo de onboarding de clientes e ampliar a segurança dos procedimentos, uma das maiores seguradoras do mundo implementou serviços de prevenção de fraudes por roubo de identidade, a partir da assinatura eletrônica com vídeo do momento da assinatura. Neste processo, é feita a captura da biometria facial e do autógrafo, finalizando com um vídeo acordo em que a pessoa confirma a contratação, capturando a biometria de voz e oferecendo ampla segurança e atribuição ao processo.
A partir disso, a seguradora estava pronta para realizar as vendas à distância em 2020, quando tivemos o início da pandemia, realizando as assinaturas de apólices de maneira 100% digital. De acordo com dados da empresa, como resultado foi registrado um aumento de 25% de vendas no período, enquanto outras seguradoras, que ainda não estavam prontas para um onboarding digital, sofreram perdas relevantes de vendas.
Neste sentido, as tecnologias multibiométricas para validação de identidade tornaram-se indispensáveis para preencher esse gargalo, considerando que ofereça uma experiência completa, com foco no usuário e, também, garantindo veracidade ao procedimento. Isto porque, implantar uma tecnologia completa, logo no início do processo, além de inibir as ações criminosas, garante ao cliente e ao segurador transparência e segurança em toda a jornada do consumidor.
Principais benefícios do investimento em tecnologia para o mercado de seguros
A adoção de soluções tecnológicas garante ao mercado de seguros diversos outros benefícios, sejam financeiros, operacionais ou de segurança, como, por exemplo, a redução de fraudes e de prejuízos, economia de materiais com os arquivos na nuvem, redução de estoque, além de endossar a fidelização de clientes ao proporcionar uma experiência rápida e positiva.
É importante mencionar, também, a chegada das Insurtechs, Fintechs e Startups, que trouxeram ao mercado de seguros uma grande revolução, com produtos e serviços que simplificam a jornada do usuário e aumentam a competitividade do setor, levando as seguradoras a buscarem cada vez mais inovação para se diferenciarem da concorrência. Ao final, o principal beneficiado é o cliente, que passa a ter uma ampla gama de opções e serviços diferenciados para atender a sua necessidade.
Quem também colabora para a amplificar as vantagens do consumidor é o Open Insurance. Com a implementação deste novo modelo, haverá maior transparência no compartilhamento de dados e, consequentemente, mais competitividade no setor. Assim, os segurados passam a ter mais clareza para a tomada de decisão e isso exigirá das seguradoras uma virada tecnológica em seus processos, uma vez que será necessário implantar serviços inovadores, seguros e, claro, com foco total na experiência do usuário. Afinal, a competitividade que já é grande, tende a aumentar, não deixando margem para erros.
Desta forma, não é possível imaginar a utilização de qualquer ferramenta que não seja tecnológica nos processos deste mercado. Não há mais espaço para o analógico. Portanto, todos os segmentos, em especial o de seguros, precisam realizar a transformação digital, em todos os canais, proporcionando uma experiência omnichannel aos seus clientes, sempre com foco no usuário e sua usabilidade.
*Carlos Chavarría é CEO da NA-AT Technologies