Os agentes de IA fazem parte do cotidiano corporativo
Essa ferramenta é essencial nos dias de hoje
Nos últimos anos, a inteligência artificial (IA) deixou de ser uma promessa distante para se tornar uma aliada estratégica das organizações. Se em 2024 a atenção estava voltada para a IA generativa, em 2025 o destaque passou a ser dos agentes de IA. Ou seja, sistemas capazes de aprender, interagir e agir de forma autônoma dentro de processos corporativos.
Além de ferramentas de automação, essas soluções estão sendo projetadas para tomar decisões em tempo real, analisar dados complexos e colaborar ativamente com equipes humanas. É uma mudança de paradigma: saímos da execução de tarefas isoladas para a orquestração de processos completos.
Segundo a MarketsandMarkets, o mercado global de agentes de IA deve crescer de US$ 5,1 bilhões em 2024 para US$ 47,1 bilhões até 2030. No setor financeiro, por exemplo, de acordo com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), os bancos brasileiros investirão R$ 47,8 bilhões em tecnologia ao longo de 2025, com a IA assumindo protagonismo em áreas como concessão de crédito, tesouraria e atendimento digital.
Onde os agentes já fazem diferença. Os casos de uso se multiplicam em diferentes segmentos da economia:
Atendimento ao cliente: chatbots evoluem para consultores digitais, capazes de oferecer respostas contextualizadas e recomendações personalizadas em tempo real.
Gestão de risco e crédito: agentes avaliam perfis de clientes cruzando dados estruturados e não estruturados, reduzindo riscos de inadimplência e acelerando decisões.
Prevenção de fraudes: sistemas inteligentes monitoram padrões de comportamento e interrompem transações suspeitas.
Infraestrutura e utilities: agentes conectados a sensores IoT antecipam falhas, sugerem manutenções e reduzem o tempo de inatividade.
Eficiência interna: automatizam relatórios, priorizam tarefas administrativas e apoiam líderes na tomada de decisão.
Esses exemplos mostram como a tecnologia pode atuar como um copiloto organizacional, apoiando decisões estratégicas e aumentando a eficiência sem substituir o olhar humano.
O equilíbrio entre inovação e responsabilidade
Se, por um lado, os ganhos em produtividade, personalização e redução de custos são evidentes, por outro, cresce a necessidade de governança, ética e transparência. O uso de agentes de IA exige cuidados com vieses algorítmicos, regulamentações como a Lei Geral de Proteção a Dados Pessoais – LGPD e integração com sistemas.
Para aproveitar todo o potencial dessa transformação, as empresas precisam investir em tecnologia e em processos claros de governança, supervisão humana constante e equipes multidisciplinares. Esse equilíbrio garantirá inovação com segurança e impacto positivo para negócios e sociedade.
Um futuro de colaboração
Estamos diante do salto da automação operacional para a inteligência estratégica. Nos próximos anos, os agentes de IA tendem a se consolidar como parte essencial das organizações, executando tarefas e ajudando a planejar, prever e decidir.
Em vez de substituir profissionais, essas soluções ampliam suas capacidades. O papel humano continua indispensável, mas agora reforçado por tecnologias. O desafio das empresas será claro: como transformar esse potencial em resultados mensuráveis sem perder o controle, a transparência e a confiança? Essa reflexão deve guiar os líderes.
Fonte: Ariane Abreu, Diretora de Negócios e Parcerias da Total IP+IA