Maioria dos gestores de risco não se sente capaz de avaliar riscos de IA, processos robóticos e blockchain, diz estudo da Accenture
72% dos executivos acreditam que a adoção de IA, blockchain e RPA traz consequências associadas a riscos complexos e em uma velocidade maior do que a área tem conseguido acompanhar
Na última década, instituições do setor financeiro tiveram que lidar com ondas de novas e complexas regulamentações, enfrentaram fraudes e crimes financeiros cada vez mais sofisticados e convivem com a ameaça de ataques cibernéticos. O novo estudo Accenture 2019 Global Risk Management Study da Accenture, realizado com cerca de 700 executivos nos setores bancário, de seguros e do mercado de capitais em todo o mundo, elenca os principais fatores de risco e desafios para a gestão financeira frente às novas tecnologias, considerando o cenário de novas e complexas regulamentações, fraudes sofisticadas e ataques cibernéticos.
Alguns dados de destaque da pesquisa são:
• Cerca de 58% dos gerentes de risco entrevistados dizem que os riscos associados às tecnologias disruptivas têm um impacto maior em seus negócios hoje do que há dois anos.
• Já os riscos associados às violações de dados tiveram o segundo maior aumento no impacto percebido: 55% dos executivos relatam aumento.
• 89% dos entrevistados entendem que não são totalmente capazes de avaliar os riscos associados à adoção da IA, 91% e 95% dizem o mesmo sobre a automação de processos robóticos (RPA) e blockchain, respectivamente.
• 72% dos entrevistados dizem que novos riscos complexos e interconectados estão surgindo em um ritmo mais rápido do que sua própria capacidade de acompanhamento.
• Quase três quartos (72%) dos entrevistados disseram que novos riscos complexos e interconectados estão surgindo mais rapidamente do que nunca.
“À medida que o cenário de riscos continua mudando e evoluindo – com uma complexidade crescente na proteção contra violações de dados e na administração de novas ameaças interconectadas – gerentes de riscos precisam se adaptar e adotar novas ferramentas e abordagens, incluindo fontes mais amplas de dados, advanced analytics e IA, mesmo diante de um cenário de crescentes pressões de custo “, disse Steve Culp, diretor executivo sênior na Accenture, que lidera a prática de finanças e riscos da empresa.
Com os vazamentos de dados, muitos dos riscos que as empresas de serviços financeiros enfrentam hoje são multidimensionais e interdependentes, afetando várias partes dos negócios de diferentes maneiras. Como exemplo, concorrentes não tradicionais surgem em um ritmo crescente e usam ferramentas digitais para ganhar participação de mercado de forma rápida. Além disso, criminosos constantemente invocam novas maneiras de lançar ataques cibernéticos. E as empresas frequentemente precisam gerenciar o potencial de expor vulnerabilidades inesperadas toda vez que experimentam tecnologias novas, mais flexíveis e poderosas, como IA, machine learning e blockchain. O estudo Breaking through Disruption da Accenture conclui que, dos 18 setores analisados, os mercados de seguros, bancos e capitais são mais suscetíveis a interrupções futuras.
Desafios com dados impedem a adoção de análises avançadas
De acordo com o estudo, os três principais obstáculos à implementação de advanced analytics em toda a análise de risco são os silos de dados, falta de clareza quanto à regulamentação e desafios de integração com sistemas legados.
Por outro lado, os gerentes de risco sabem que precisam melhorar a maneira como coletam e analisam dados para gerar insights úteis. Por exemplo, quase dois terços (63%) disseram que estão melhorando sua capacidade de coletar dados em toda a empresa e 66% disseram que estão aprimorando sua capacidade de analisá-los. Por fim, o estudo observa a necessidade de obter dados tradicionais mais rapidamente e utilizar novas fontes de dados, incluindo marketing e mídia social, para ajudar a responder a ameaças e agregar valor aos negócios.