Já fomos poucas. Ainda bem que não é mais assim! Por Ingrid Imanishi*
De acordo com pesquisa da Dataseek, entre 2022 e 2023, houve um leve crescimento na proporção de mulheres em relação aos homens em cargos de analistas e desenvolvedores de TI (1,8%). O levantamento também demonstra um pequeno avanço (1,1%) na proporção de mulheres nos cargos executivos no mesmo período. Embora os números ainda estejam longe do ideal, eles indicam um movimento na direção certa.
Ainda há desafios a serem superados, mas algumas empresas têm se destacado em promover essa mudança. Na NICE, por exemplo, iniciamos 2025 com 43% do quadro de executivos de vendas na América Latina ocupados por mulheres. Um avanço significativo que se deu nos últimos anos e uma aceleração bem acima da média da indústria na região.
A presença feminina no setor de tecnologia não é recente. A história nos mostra nomes como Ada Lovelace, considerada a primeira programadora de computadores do mundo, e Joan Clarke, criptoanalista fundamental na decodificação do sistema de criptografia alemã durante a Segunda Guerra Mundial. São exemplos que reforçam que as mulheres sempre estiveram na tecnologia, mesmo que, por muito tempo, não tenham recebido o devido reconhecimento.
Hoje, muitas iniciativas buscam ampliar essa representatividade. A organização Women in AI, por exemplo, luta por maior diversidade de gênero na área de Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática (STEM). Promove políticas inclusivas e mapeia o perfil das profissionais de inteligência artificial em 130 países.
A NICE também investe no futuro por meio do programa Code:Coda, desenvolvido em parceria com o Cyber Education Center. Essa iniciativa incentiva meninas de 13 a 14 anos a explorarem o universo da programação e da tecnologia. Em 2023, 270 adolescentes concluíram o programa e mais 118 continuarão no segundo ano.
O impacto desse incentivo é evidente: 60% das meninas que se formaram no nosso programa de dois anos escolheram ciência da computação como especialização no ensino médio. Isso demonstra o poder da intervenção precoce e da importância de modelos femininos inspiradores na tecnologia.
Os desafios persistem, mas o progresso é visível. Sei o quanto é desafiador entrar em um setor no qual ainda predomina uma única perspectiva de gênero. Mas acredito que ao compartilhar minha trajetória e os avanços da empresa onde atuo, posso ajudar a inspirar outras mulheres a seguirem por esse caminho. Afinal, temos habilidades valiosas para esse mercado, como a comunicação, a atenção aos detalhes e a incessante vontade de aprender.
Neste Dia Internacional da Mulher, reforço um convite: que mais empresas e lideranças assumam um compromisso real com a diversidade. Que mais meninas se sintam encorajadas a explorar o vasto mundo da tecnologia. Porque, felizmente, já não sou só eu. E que sejamos muitas mais!

*Ingrid Imanishi é diretora de soluções da NICE