Aplicativos de empresas que focam a estratégia em UX conseguem vender mais
Especialista explica o passo a passo para tornar um app mais responsivo e personalizado ao consumidor
A experiência do usuário (UX) se tornou um dos principais fatores que determinam o sucesso ou fracasso de uma aplicação. A chamada user experience fala sobre estética, navegação intuitiva e, principalmente, sobre entender profundamente as necessidades, expectativas e comportamentos dos usuários. Um aplicativo bem-sucedido é aquele que consegue antecipar e atender essas necessidades, trazendo uma jornada fluida e agradável a seu consumidor, o que impacta diretamente a retenção, o engajamento e o sucesso comercial.
O ano de 2009 marcou o início de uma era de interação intensa com smartphones, quando os sites mobile-friendly começaram a ganhar espaço, com botões maiores e navegação mais intuitiva, impulsionando o engajamento das pessoas com esses dispositivos. A estratégia foi bem-sucedida e, em 2012, os smartphones evoluíram junto com a experiência do usuário. No entanto, foi em 2014 que ocorreu uma grande transformação de hábitos, quando o público passou a ter seu primeiro contato com as marcas majoritariamente por meio dos celulares, levando a uma otimização dos sites móveis e o aumento das vendas.

De acordo com Rafael Franco, CEO da Alphacode, empresa responsável pelo desenvolvimento de aplicativos para marcas como Habibs, Madero e TV Band, são estratégias renovadas de um conceito que já sustenta grandes estratégias de marketing, o customer centric, ou foco no cliente. “Empresas que adotam essa filosofia colocam o cliente no coração de todas as decisões. Isso significa que todo o processo de design, desenvolvimento e operação de um app é pensado para maximizar a satisfação do usuário”, explica.
O objetivo final é criar um produto que, além de funcional, seja fácil de usar e relevante para o dia a dia dos seus usuários. O foco nesse consumidor garante que as decisões não sejam tomadas apenas com base em percepções internas ou suposições, mas fundamentadas em dados concretos e em interações reais.
“Nesse ponto, há outro elemento importante, que é a ciência de dados aplicada de forma ética. Esse se torna, então, um pilar fundamental no processo. Analisar o comportamento dos usuários dentro do aplicativo, mapear os pontos de fricção e identificar áreas de melhoria são processos contínuos que ajudam a otimizar a UX”, pontua o especialista. É importante esse uso de dados ser conduzido com responsabilidade e transparência, respeitando a privacidade e a segurança dos usuários. “Um exemplo de aplicação ética é usar feedbacks anônimos e análises de comportamento para ajustar funcionalidades ou melhorar a personalização sem invadir a privacidade ou gerar desconfiança por parte do público”, completa.
Os pilares da experiência do usuário
A criação de uma excelente experiência de usuário envolve uma combinação de boas práticas de design, usabilidade, acessibilidade e a aplicação estratégica da ciência de dados.
Um design responsivo é fundamental para garantir que o aplicativo funcione perfeitamente em diferentes dispositivos e tamanhos de tela, proporcionando uma experiência uniforme para todos. Além disso, a acessibilidade assegura que pessoas com diferentes habilidades, como visão reduzida ou dificuldades motoras, possam utilizar o app de forma inclusiva. A navegação deve ser intuitiva, com uma estrutura clara e fluxos de uso lógicos para o usuário, evitando sobrecarregar com informações desnecessárias. “Simplificar a navegação permite que os usuários encontrem rapidamente o que procuram, aumentando a satisfação e reduzindo a taxa de abandono”, diz.
Realizar testes de usabilidade regularmente com grupos de usuários reais é uma prática essencial para identificar pontos de fricção e oportunidades de melhoria. Estes testes garantem que o aplicativo evolua de acordo com as necessidades do público. A análise de dados também desempenha um papel importante na personalização da experiência. Coletando dados de forma ética e responsável, é possível identificar padrões de comportamento e oferecer recomendações relevantes, melhorando o engajamento sem comprometer a confiança dos usuários. O uso ético dos dados, alinhado a legislações como a LGPD no Brasil e o GDPR na Europa, é fundamental para proteger a privacidade.
Já o feedback contínuo dos usuários, obtido por meio de avaliações ou sistemas de suporte, oferece insights que agregam valor sobre o uso do aplicativo e onde melhorias podem ser feitas. “Na Alphacode, por exemplo, adotamos uma estratégia ética e transparente no uso de dados para garantir que a privacidade dos usuários seja preservada, enquanto otimizamos o desempenho e a usabilidade do aplicativo”, conclui.