A Transformação Digital requer muito mais do que tecnologia, por Max Ribeiro

Além da tecnologia, para conseguir a transformação digital de uma empresa, é preciso adotar processos, ter pessoas capacitadas, e acima de tudo criar uma cultura digital.

A transformação digital não ocorre sem a criação de uma cultura digital.

Segundo estudos efetuados pelo Boston Consulting Group:

Uma cultura digital permite que as pessoas entreguem resultados mais rapidamente e atrai e retém os melhores talentos.

As empresas que se concentram na cultura digital foram 5 vezes mais propensas a alcançar um desempenho inovador do que as empresas que negligenciaram essa cultura.

Os 5 elementos que definem uma cultura digital (fonte- BCG)

• Orientação para fora, não para dentro. Uma cultura digital incentiva os funcionários a olhar para fora e se engajar com clientes e parceiros para desenvolver novas soluções. Um excelente exemplo de orientação externa é o foco na jornada do comprador; os funcionários moldam o desenvolvimento de produtos e melhoram a experiência do cliente, colocando-se no lugar do cliente.

• Priorize a delegação em vez do controle. Uma cultura digital difunde a tomada de decisões por toda a organização. Em vez de receber instruções explícitas sobre como realizar o trabalho, os funcionários seguem os princípios orientadores para que seus julgamentos sejam confiáveis.

• Incentiva a ousadia em vez da precaução. Uma cultura digital encoraja as pessoas a assumir riscos, falhar rapidamente e aprender com os erros. Eles são desencorajados a preservar o status quo por hábito ou cautela.

• Mais ação e menos planejamento. No mundo digital em rápida mudança, o planejamento e a tomada de decisões devem mudar de um enfoque de longo prazo para um de curto prazo. Uma cultura digital promove velocidade e iteração contínua, em vez de aperfeiçoar um produto ou ideia antes de lançá-lo.

• Valorize a colaboração sobre o esforço individual. O sucesso em uma cultura digital vem do trabalho coletivo e do compartilhamento de informações entre divisões, unidades e funções. O ritmo iterativo e acelerado do trabalho digital requer um nível muito maior de transparência e interação do que o encontrado na organização tradicional. A cultura digital prospera na transparência e interação.

Esses elementos definidores variam em grau de indústria para indústria e de empresa para empresa. O grau de assunção de riscos que é apropriado em uma empresa de tecnologia não será o mesmo que o grau que é apropriado em uma empresa de produtos industriais, por exemplo. E mesmo dentro de uma organização, os níveis desejados de tomada de risco irão variar; a equipe de estratégia, por exemplo, deve abraçar o risco em um grau muito maior do que a equipe financeira. Incentivar a assunção de riscos tem a intenção de promover o pensamento fora da caixa sem ser imprudente ou violar a regulamentação ou a política da empresa.

O papel da liderança.

Para se ter uma cultura digital, o papel dos líderes muda fundamentalmente. Eles precisam aprender novos comportamentos e abandonar velhos hábitos. Encontrar o equilíbrio certo entre alinhamento e autonomia é o teste final de liderança durante uma transformação digital.

Os líderes precisam reconhecer a transformação digital como a mudança de paradigma estratégico fundamental que ela é. Como qualquer grande transformação, uma transformação digital exige incutir uma cultura que suporte a mudança, ao mesmo tempo em que permite a gerir a estratégia abrangente da empresa.

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