3 cases de sucesso para as marcas brasileiras se inspirarem nas referências de e-commerce no exterior, por Alexandra Avelar*
O social commerce é o futuro do varejo online. Até 2025, a Accenture estima que o social commerce mais que dobre para um mercado de US$ 1,2 trilhão em todo o mundo. Após o início da pandemia, os consumidores adotaram, de forma mais acelerada, o social commerce para descobrir, comprar e encontrar suporte diretamente em aplicativos de mídia social. Agora, as marcas estão adotando essas ferramentas para oferecer uma experiência personalizada ao cliente em qualquer plataforma que os clientes preferirem.
O live shopping, por exemplo, é uma maneira poderosa para as marcas educarem, interagirem e venderem para os seus clientes através de um evento interativo de transmissão ao vivo com representantes ou influenciadores da marca. A audiência pode comentar em tempo real, fazer perguntas e compras durante a transmissão. Não é à toa que em 2021, o número de pessoas que compraram produtos em um evento de live shopping aumentou 76% globalmente.
As plataformas de mídia social estão inovando para atender a essa demanda crescente por social commerce. No futuro, as marcas terão mais ferramentas à sua disposição para vender diretamente nas mídias sociais e fornecer experiências cada vez mais perfeitas aos clientes. Algumas marcas internacionais já estão à frente nessa tendência de mercado.
A Charlotte Tilbury, por exemplo, foi uma das primeiras marcas de cosméticos a criar uma vitrine digital usando realidade virtual (VR). Em novembro de 2020, a marca lançou uma loja digital 3D onde os compradores podem explorar, comprar e receber recomendações personalizadas. A marca também organiza eventos ao vivo, incluindo tutoriais de maquiagem e cuidados com a pele em sua loja digital, além de eventos de live shopping no TikTok.
A empresa também lançou um novo recurso, “Shop with Friends”, que permite que os clientes convidem amigos e familiares para participar de uma videochamada e navegar juntos pela loja virtual.
Outra referência de e-commerce no mercado internacional é a Petco, que usa lives, marketing de influenciadores e lojas nas redes sociais para fornecer experiências inovadoras aos seus clientes. O primeiro evento de live shopping da empresa combinou um desfile de moda para animais de estimação com uma campanha de adoção de cães organizada pela atriz e modelo Arielle Vandenberg. O evento foi um grande sucesso, atingindo mais de 900.000 pessoas e aumentando as vendas em duas vezes o custo do evento.
Após esse sucesso inicial, a Petco fez parceria com mais influenciadores, incluindo a atleta olímpica Gabby Douglas, para realizar mais lives. Durante seus eventos de compras ao vivo, a Petco dedicou uma equipe para interagir com o público em tempo real e promover produtos relevantes na tela.
A marca também trabalhou com o Facebook e o Instagram para estabelecer lojas sociais diretamente nas plataformas de mídia social. Além disso, a Petco aproveitou suas parcerias com influenciadores existentes para lançar uma campanha do TikTok que atingiu mais de 28 milhões de impressões para sua marca de roupas destinada a animais de estimação.
A KitKat Austrália também é um grande exemplo de inovação. Na temporada de compras no final de 2020, a marca foi a primeira no país a apresentar uma experiência de live shopping no Facebook Live. O evento contou com a participação de chocolateiros demonstrando novos produtos, interagindo com convidados especiais, com ofertas exclusivas ao público.
A experiência inovadora incluiu um recurso de compras para os espectadores da transmissão ao vivo comprarem produtos simplesmente digitando palavras-chave. Um espectador podia digitar uma palavra-chave prescrita na caixa de comentários, acionando uma notificação do Messenger que incluía um link para comprar o produto online. Tecnologias como essa ferramenta de inteligência artificial (IA) focada em palavras-chave estão se tornando mais difundidas à medida que as empresas de mídia social experimentam novas maneiras de comprar produtos diretamente em suas plataformas.
A demanda do consumidor forçou as empresas a darem mais atenção para o online, e o social commerce surgiu como um recurso essencial para as marcas que procuram não apenas se envolver com os consumidores nas mídias sociais, mas convertê-los em clientes.
Ao alavancar o poder do live shopping, das vitrines digitais, dos anúncios compráveis e das lojas nas redes sociais, as marcas podem atender melhor às expectativas dos clientes. Os casos internacionais citados anteriormente mostram que os negócios que não incluírem o social commerce em sua estratégia comercial agora ficarão muito atrás da concorrência, enquanto aqueles que apostarem na inovação, alcançarão consumidores ansiosos por experiências personalizadas e envolventes.
*Alexandra Avelar é country-manager na Emplifi Brasil