Organizações prontas para o digital podem contribuir com o crescimento global em
US$ 5 trilhões, revela Accenture
Duas em cada cinco empresas brasileiras esperam estar “prontas para o futuro” até 2023
A adoção de soluções digitais na pandemia e as novas formas mais ágeis de operação, se aplicadas de forma ampla, poderão permitir que as empresas destravem US$ 5,4 trilhões em crescimento rentável, de acordo com o novo estudo da Accenture (NYSE: ACN).
Com base em um estudo global realizado com 1.100 executivos de alto escalão e dados financeiros com validação externa, o levantamento analisou o impacto da obtenção de níveis progressivos de maturidade das operações de negócios. Quanto mais maduras, maior o nível das capacidades digitais das empresas, como inteligência artificial (IA), nuvem e data analytics.
As conclusões da Accenture indicam que até mesmo no atual cenário de incerteza econômica, um pequeno grupo formado por empresas espalhadas pelo mundo todo – cerca de 7% – praticamente dobrou a sua eficiência e aumentou em três vezes a lucratividade em relação aos seus concorrentes. No Brasil, as organizações que estão prontas para o futuro (ou “future-ready”, em inglês) devem representar 42% do total de empresas no país até 2023 – um aumento de 21 vezes sobre os 2% atuais.
“Com as incertezas atuais passamos a valorizar ainda mais as formas diferentes e ágeis de fazer as coisas, reforçando a ideia de que as operações podem ser verdadeiras catalisadoras para a vantagem competitiva, valor transformacional e crescimento”, afirma Manish Sharma, diretor geral da Accenture Operations. “Mas isso só dá certo quando as empresas pensam grande – transformando a maneira como o trabalho é realizado em termos de tecnologia, processos e pessoas.”
Alex Colcher, líder da Accenture Operations na América Latina, completa: “As organizações que estão preparadas para o futuro sabem que o importante é maximizar os talentos, já que estamos falando de uma era que o fator humano é a chave para o sucesso. Elas estão impulsionando o futuro por meio da reformulação dos modelos operacionais, de forma a capitalizar a criatividade humana e a inteligência das máquinas para transformar a maneira como as pessoas trabalham e fazem negócios.”
Cenário brasileiro
As empresas prontas para o futuro transformam a forma de execução do trabalho usando um grande volume de dados na tomada de decisão, ampliando as capacidades dos funcionários com o uso de inteligência artificial (IA) e empregando modelos ágeis na força de trabalho. O estudo, que contou com a participação de 50 companhias com sede no Brasil, analisou os níveis crescentes de maturidade digital e operacional dessas organizações. As áreas de atenção incluem:
• Nuvem: Ao todo, 74% das empresas no Brasil usam a infraestrutura na nuvem em larga escala, enquanto 64% também buscam novas áreas para escalonar e maximizar valor.
• Inteligência da Máquina: Com foco na ampliação das capacidades humanas por meio de tecnologia, 40% das organizações no Brasil já adotaram totalmente os recursos de IA e ciência de dados – um aumento de 20 vezes em relação a apenas 2% três anos atrás – e 24% das organizações planejam expandir suas práticas de IA até 2023.
• Automação em Escala: Apenas 2% das organizações já conquistaram a maturidade nas operações. Um terço (36%) espera alcançá-la até 2023.
• Dados mais inteligentes: Na China, 64% das organizações usam analytics de forma ampla, enquanto 40% planejam expandir seu uso até 2023 – combinando-os a dados diversos – a fim de apoiar processos de tomada de decisão e gerar insights cada vez mais úteis.
• Força de trabalho ágil: No Brasil, 46% das organizações planejam escalonar as estratégias voltadas a uma força de trabalho mais ágil até 2023, permitindo a atração de especialistas a partir de uma base de talentos expandida. Trata-se de um aumento de 11 vezes em comparação com os 4% de hoje.
Ao avaliar o que a Accenture chama de “valor transformacional” – um conceito que leva em consideração o desempenho financeiro e a experiência diferenciada oferecida pela companhia – a pesquisa descobriu que os esforços de progressão para o futuro alcançaram ganhos médios de eficiência de 13,1% e aumento na lucratividade da ordem de 6,4%.
No Brasil, as organizações que avançaram no nível de maturidade operacional ao longo dos últimos três anos relataram melhorias na experiência do cliente (78%), eficiência operacional (68%), velocidade de inovação em produtos e serviços (64%), prazo para comercialização (58%), parcerias dentro do ecossistema (56%), valor de negócios gerado a partir de dados (54%), mix de talentos de funcionários e esforços de requalificação (50%) e engajamento e retenção de funcionários (40%).
Metodologia
A Accenture entrevistou 1.100 executivos de nível sênior no mundo todo, 44% dos entrevistados eram executivos C-suite de 13 indústrias espalhados por 11 países (Alemanha, Austrália, Brasil, Canadá, China, Espanha, EUA, França, Itália, Japão e Reino Unido). O estudo, conduzido em 2020, analisou quatro níveis de maturidade na operação de negócios – estável, eficiente, preditivo e pronto para o futuro. Cada nível tem como base o processo das capacidades digitais, como IA, nuvem e dados. O impacto nos negócios foi avaliado por meio de uma combinação entre as respostas da pesquisa com dados financeiros avaliados externamente de 810 das 1.100 organizações pesquisadas.