Metaverso e o marketing de influência: um novo caminho a ser explorado, por Carlos Tristan*
/ Marcas já estão se preparando para esse novo ambiente virtual
Você provavelmente já ouviu falar sobre o metaverso, certo? Sim, metaverso é o assunto do momento. Apesar de ser um tema recente, ele vem ganhando o mercado de forma muito rápida. O conceito nada mais é do que um espaço virtual compartilhado. As pessoas serão representadas por avatares e poderão acessar o ambiente por meio de diferentes tecnologias, podendo jogar, conversar, fazer chamadas corporativas e trocas sociais.
Recentemente, o Facebook anunciou sua mudança de nome para Meta. A marca aposta tanto nesse mercado que está investindo na produção de dispositivos como óculos de realidade aumentada e luvas táteis para reproduzir a sensação de toque. Em 2003, a Magalu apresentou o avatar Lu, personagem lançada para ser inicialmente um bot de atendimento aos clientes do e-commerce. Entretanto, hoje a Lu possui mais de 5 milhões de seguidores no Instagram, esteve ao lado da cantora Anitta no lançamento da Magalu no Rio de Janeiro, entrou na Super Dança dos Famosos e estampa a capa de fevereiro da edição digital da revista Vogue Brasil.
A apresentadora Sabrina Sato também já se adiantou e anunciou o lançamento da Satiko, sua influenciadora dentro do metaverso. Segundo Sabrina Sato, a personagem será uma mistura de seu alterego com uma figura de características próprias que viverá experiências que ela afirma não ter tempo para viver. O McDonald’s também deu o primeiro passo no metaverso: a marca homologou um pedido de patente para ativos virtuais e um dos itens inclusos é um restaurante que irá contar com produtos reais e digitais.
Outra marca que está no metaverso é o iFood. A empresa foi a primeira foodtech a conectar o mundo virtual e o real com o lançamento da lanchonete Avalanches, que fica no servidor Cidade Alta, do jogo GTA RP. Os jogadores podem ser entregadores da marca e ganhar dinheiro virtual para usar no game, além de receber cupons de desconto na vida real.
O fato é que as empresas já estão entendendo a importância de investir nesse novo ambiente. Segundo estudo divulgado pela Grayscale, gestora de bitcoins, o metaverso pode gerar uma receita anual acima de US$ 1 trilhão, no entanto não definiu prazo para que esse valor seja alcançado. Com esse mercado gigante a caminho, como o marketing de influência poderá crescer junto com o metaverso?
Sabendo que as pessoas vão, cada vez mais, interagir, trabalhar, estudar e ter uma vida social por meio de seus avatares, por que não pensar que elas gostariam de fazer compras por lá? As marcas desejam estar onde o público se encontra, então, é natural que elas vejam o metaverso como uma chance de estarem presentes no dia a dia de seus consumidores. Assim, junto com as novas ferramentas, nascem também oportunidades para dialogar com as gerações mais jovens, que estão cada vez mais tecnológicas. Porém, é importante estar atento para não cometer deslizes como a publicidade infantil e até casos de assédio, a exemplo do que ocorreu na plataforma Horizon Worlds, da Meta.
Outro papel importante das empresas será a coleta de dados dentro do metaverso. A base de informações irá direcionar quais estratégias serão mais assertivas em relação à criação de promoções, ações e campanhas, além de moldar a experiência do usuário. As marcas vão conseguir entender melhor seus consumidores e, dessa forma, terão mais inteligência estratégica não somente para se comunicarem, mas para se conectarem de forma autêntica e verdadeira, sem exposição forçada — um pilar que defendemos muito aqui na Squid.
Hoje, à frente da área de novos negócios, mapeamos as dores das marcas e as necessidade de se conectarem melhor com suas comunidades e, dentro desse contexto, entendemos que a proposta do metaverso vai permitir que as empresas analisem qual é o melhor caminho para criar conexões genuínas com os consumidores, proporcionar a melhor experiência aos usuários e engajar cada vez mais suas comunidades. A pergunta que fica é: sua marca já pensou em estar no metaverso? Como?
*Carlos Tristan é cofundador e COO da Squid