Grande empregadora de telemarketing irá antecipar as férias de colaboradores com mais de 60 anos
Contact center substituiu as máquinas de ar quente para secar as mãos por toalhas de papel, disponibilizou termômetros por infravermelho para medir a temperatura corporal, e se algum caso de coronavírus for confirmado, já tem plano de contingência
Por serem grupo de risco, e terem mais chances de complicações se infectados, os funcionários com mais de 60 anos entrarão de férias antecipadas. Essa é uma das medidas tomadas pelo Grupo Sercom – que emprega cerca de 8 mil funcionários em cidades da grande São Paulo, Osasco e Taboão da Serra. Segundo autoridades de saúde, a partir dos 50 anos de idade o risco de óbito é de 2%. Aos 60 anos, o risco de óbito começa subir e vai para 4%. Acima de 70 para 8%, e acima de 80 anos de idade chega a 15%.
Além disso, todas as máquinas de secar as mãos estão sendo substituídas por toalhas de papel. De acordo com um estudo da Universidade de Westminster (Inglaterra) os secadores espalham 1.300 vezes mais bactérias que as toalhas descartáveis. No experimento, quem usou toalhas de papel espalhou vírus até 25 cm ao redor de onde estava. As máquinas de ar quente atiraram o vírus a 75 cm de distância.
Outra medida que se destaca é a utilização de termômetros equipados com sensor infravermelho que podem medir rapidamente a temperatura da superfície do corpo sem entrar em contato com a pele — tornando a medição mais confiável por acontecer dentro do próprio ambulatório da Sercom — ou seja, um ambiente de saúde e mais cuidadosamente controlado. Uma vez detectada a febre, o encaminhamento para hospitais para exames detalhados é previsto.
Em caso de confirmação, os colaboradores que tiveram contato direto com o profissional afetado serão liberados para quarentena, e serão acompanhados por 15 dias pela equipe médica da companhia para avaliação de possíveis sintomas. O ambiente de trabalho será isolado em um raio de 2 metros e passará por uma higienização rigorosa.
Se necessário, a empresa de tecnologia implementará URAs e agentes digitais para atender chamadas de telefone e — para os atendimentos que não são feitos por sistemas de inteligência — serão montados grupos reduzidos em áreas isoladas e higienizadas.
“Em momentos como esse temos que ser rápidos e precoces. Avaliar iniciativas de sucesso adotadas por outros países e adequá-las a cada realidade. Aqui no Brasil, o Ministério da Saúde está dando certa autonomia para as empresas se prevenirem, de acordo com o cenário de cada setor e, no caso de empresas com grandes operações de call center, medidas como essas precisam ser adotadas rapidamente”, explica Ricardo Saad, CEO do Grupo Sercom.