Facilitar a vida do consumidor é preciso, por Marco Zolet*
As discussões a respeito do crescimento populacional e das dificuldades de alimentar a população mundial se tornaram muito frequentes. Em 2050, nove bilhões de pessoas devem povoar o mundo. A alta demanda por comida e a grande mudança na rotina e padrão de consumo dos indivíduos tem tido grande impacto nas iniciativas e investimentos de inovação no mercado alimentício.
Para o The Food Tech, instituição britânica de investimento em food techs, a expectativa é que esse mercado atinja, até 2022, um valor de equivalente a 980 bilhões de reais. Assim como os investimentos, a quantidade de food techs no mercado tem crescido nos últimos tempos, principalmente em categorias mais afetados pelas necessidades do consumidor. É o caso das Food Service, ou mercado de alimentação fora do lar.
De acordo com um estudo do Sebrae e divulgado no mapeamento de food techs da Liga Ventures, aceleradora brasileira dedicada a conectar startups e grandes empresas, sobre alimentação fora do lar, 27% do total de faturamento do mercado alimentar vem do segmento de serviços. E os novos modais de entrega de alimentos em centros urbanos, muitas vezes aliados à tecnologia, têm uma importante participação nessa tendência.
Temos sentido que o maior motivo para isso é a mudança de hábitos e desejos dos consumidores ao longo dos anos. Os consumidores brasileiros abraçaram muitas das tendências globais relativas ao consumo alimentar. As novas gerações possuem estilos de vida que favorecem isso e, por esse motivo, adequam o seu consumo a sua rotina, muitas vezes corrida.
Segundo o estudo Brasil Food Trends 2020, conveniência e praticidade são citadas por 78% das pessoas analisadas, sendo o mercado de delivery um dos mais beneficiados por essa tendência. Os principais responsáveis por isso são: o crescimento demográfico em ambientes urbanos, a modificação das estruturas familiares, e a grande presença da mulher no mercado de trabalho. Nesse último caso, elas têm menos tempo e espaço a atividades domésticas como cozinhar ou fazer compras por exemplo.
Iniciativas inovadores que supram essas demandas, portanto, têm agregado valor para esse consumidor. Se anteriormente as opções desse tipo de serviço eram limitadas, hoje, muitas são as alternativas para o mercado de delivery. Nesse sentido, as que mais se destacam são aquelas que se diferenciam do “lugar comum no mercado”.
O trabalho dos shoppers são um exemplo de personalização aliados a conveniência e praticidade que tem conquistado os clientes que buscam por serviços de delivery online, mas ainda assim, gostariam de opções específicas na hora de fazer as compras.
Resumindo, em um mercado como o alimentar, moldado por vontades e desejos dos consumidores, sai na frente aquele que sabe ouvir as suas necessidades e transformá-las em inovação e tecnologia. E você, está ouvindo seu cliente?