Proteção de dados no Brasil: A segurança como prioridade no setor corporativo, por Wellington Figueiredo*
O Dia Internacional da Proteção de Dados, reforça a importância da privacidade em um mundo cada vez mais digital. No Brasil, a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), em vigor desde 2020, trouxe novas responsabilidades para empresas que lidam com grandes volumes de informações, especialmente no mercado B2B, onde dados sensíveis são processados e armazenados em larga escala.
De acordo com a pesquisa “Cost of a Data Breach 2023” da IBM, o custo médio de uma violação de dados no Brasil é de R$ 6,7 milhões. O impacto financeiro é agravado por prejuízos reputacionais e pela interrupção das operações. Por isso, as organizações têm priorizado investimentos em tecnologia, como criptografia avançada, redes seguras e sistemas de monitoramento contínuo, para mitigar riscos.
A conscientização interna também desempenha um papel crucial. Dados da PwC mostram que 73% das empresas brasileiras implementaram treinamentos de privacidade nos últimos dois anos. Esse movimento reflete a necessidade de alinhar equipes a boas práticas que protejam informações sensíveis contra acessos não autorizados e ataques cibernéticos.
O mercado global de cibersegurança movimentou US$ 218 bilhões em 2023, segundo a Fortune Business Insights, com expectativa de crescimento acelerado nos próximos anos. No Brasil, a tendência acompanha esse ritmo, impulsionada pelo avanço da digitalização em todos os setores da economia.
A proteção de dados não é apenas uma exigência legal, mas uma questão de sobrevivência no ambiente empresarial. Empresas que negligenciam esse aspecto enfrentam não apenas riscos financeiros, mas também a perda da confiança de seus parceiros e clientes, algo difícil de recuperar em um mercado tão competitivo.
Ao mesmo tempo, organizações que lideram em segurança da informação não apenas evitam crises, mas também fortalecem sua reputação e consolidam parcerias estratégicas. Em um cenário cada vez mais digital e interconectado, a transparência no tratamento de dados, associada a práticas avançadas de governança, compliance e cibersegurança baseada em inteligência artificial (IA), torna-se um diferencial competitivo essencial. Empresas que adotam abordagens inovadoras, como criptografia quântica, Zero Trust Architecture e modelos de IA para detecção proativa de ameaças, estão um passo à frente na construção de um ecossistema digital seguro e confiável.
Com a consolidação do 5G e, futuramente, a chegada do 6G, a proteção de dados será um pilar estratégico ainda mais integrado às operações diárias das empresas. Novas ameaças cibernéticas surgirão, exigindo soluções de segurança baseadas em machine learning, blockchain para autenticação descentralizada e redes autônomas capazes de responder a ataques em tempo real. Para empresas que desejam se destacar, adotar uma postura proativa em relação à segurança digital e investir em tecnologias emergentes não será apenas uma necessidade, mas um fator decisivo para sua sustentabilidade e liderança em um mundo hiperconectado.
*Wellington Figueiredo é Gerente de SOC e Cloud da Mega.