O metaverso ‘flopou’ e a inteligência artificial já é mais buscada quase 3X mais
Hype de 2022, o universo virtual de Zuckerberg já não gera tanto interesse no Brasil. A inteligência artificial, ao contrário, tomou a liderança e passou a ser a mais buscada
Segundo um levantamento realizado pela Conversion, as buscas por “inteligência artificial” (IA) já são três vezes maiores do que o termo “metaverso” no Brasil. A pesquisa analisou os dados entre janeiro de 2022 a março de 2023 e os resultados mostram que a IA está ganhando cada vez mais destaque no país.
Ao que tudo indica, a inteligência artificial ganhou protagonismo nas conversas dos brasileiros, seja nas organizações ou nas mesas de bar. Também pudera: a tecnologia é considerada uma das mais disruptivas dos últimos tempos, trazendo à tona a discussão da evolução das máquinas, um caminho sem volta, como já defendia o físico teórico Stephen Hawking.
O conceito da inteligência artificial
A inteligência artificial nada mais é do que uma área da computação que tem como objetivo desenvolver algoritmos e sistemas capazes de realizar tarefas que, normalmente, exigiriam inteligência humana para serem realizadas. Esses sistemas são capazes de aprender com dados e experiências, adaptando-se às situações e gerando insights valiosos. A IA é aplicada em diversas áreas, como saúde, finanças, marketing e logística. O exemplo mais claro visto pelo grande público é o uso de chatbots para o atendimento em sites e aplicativos, esse tipo de IA filtra as diferentes demandas e destina os clientes para cada área respectiva para ser atendido por uma pessoa especializada naquele requisito dentro da empresa.
Segundo Diego Ivo, CEO da Conversion, agência que já utiliza a AI para algumas frentes de marketing digital, a AI pode ser considerada tão relevante quanto à internet.“A capacidade exponencial da inteligência artificial para a solução de problemas e geração de soluções é o que a faz tão revolucionária quanto a internet”, diz. “Apesar de não ser um tema novo, o conceito da IA está alcançando as pessoas há pouco tempo e, definitivamente, o ChatGPT foi a mola propulsora para o estouro das buscas nas últimas semanas”, completa.
Tecnologia viral
Como salienta o executivo, um fator que tem contribuído para o aumento do interesse pela IA é o ChatGPT. Trata-se de um modelo de linguagem natural desenvolvido pela OpenAI, um laboratório de desenvolvimento de IAs, que utiliza a tecnologia de inteligência artificial para criar conversas e responder a perguntas dos usuários. A tecnologia é capaz de aprender com as interações e melhorar suas respostas ao longo do tempo, o que tem gerado muito interesse e curiosidade entre as pessoas.
E para onde foi o Metaverso?
O conceito de metaverso, que também está relacionado à inteligência artificial, se refere a um universo virtual compartilhado, em que os usuários podem interagir em tempo real, criar e consumir conteúdo, participar de eventos, visitar localidades, entre outras atividades. É como se fosse uma internet tridimensional, em que as pessoas podem criar avatares e explorar diversos cenários e experiências e interagir com pessoas do mundo todo sem sair do conforto de suas casas.
Trata-se também de um fenômeno relevante que tem o potencial de revolucionar as formas de interação com o mundo digital. A problemática com o tema, no entanto, está na maneira, exageradamente comercial, como o metaverso foi apresentado ao público pelo fundador do Facebook, Mark Zuckerberg. Segundo Ivo, o tema gerou muita promessa e pouca entrega, causando uma grande frustração coletiva.
“Muito pouco ainda foi apresentado ao público pois o conceito do metaverso ainda está em seus primeiros passos e muitas questões, como privacidade e segurança, ainda precisam ser resolvidas”, diz.
De acordo com o executivo, essa lentidão de resultados palpáveis fez com que o interesse geral do público diminuísse com o tempo e fosse substituído pela atenção em outras tecnologias que são sentidas no dia a dia, como o caso do impacto das IAs no cotidiano.
“As buscas no Google são o principal indicador para mostrar o efeito backlash no interesse pelo metaverso”, completa Ivo.