Pesquisa mostra que trabalhadores confiam em seus empregadores para construir a carreira nos próximos anos
61% dos funcionários acreditam que a empresa atual é promissora para o desenvolvimento da vida profissional
Qual é o papel de uma empresa na vida do funcionário? Esta pergunta pode parecer óbvia e objetiva, afinal, é dentro das corporações que se estabelece um vínculo empregatício, uma formalização profissional. No entanto, para os colaboradores, o espaço destinado às empresas vai além do salário no fim do mês.
Além do papel desempenhado pelas corporações, há também a própria definição e atuação de trabalho, que vem mudando ao longo dos anos. Em 2020, após a pandemia de coronavírus, a maneira de se fazer trabalho também sofreu alterações: houve a migração obrigatória ao home office, que já se tornou tendência para 2021, ainda que haja segurança para o retorno presencial.
Em soma com o avanço da tecnologia, o futuro das carreiras também foi posto em cheque: a pandemia trouxe uma série de desvalorizações em determinadas áreas de atuação, o que permeia um ambiente pouco virtuoso, tanto para quem está começando agora no mercado de trabalho, quanto para quem já segue na carreira há anos.
61% dos trabalhadores confiam nas empresas para construir carreira profissional
Diante deste cenário, a pesquisa Estudo Global de Tendências de Talentos 2020, realizada pela consultoria Mercer, reuniu dados a partir de entrevistas com mais de 7.300 pessoas em 34 países. Nela, um detalhe chama a atenção: 61% dos entrevistados acreditam e confiam no empregador atual para prepará-los para o futuro, de forma a incrementar a carreira nos próximos anos.
O índice demonstra que os colaboradores atuais também prestam essa confiança aos empregadores porque não têm mais credibilidade no mercado de trabalho. A crise do coronavírus trouxe incertezas e mudanças que ainda não chegaram aos trabalhadores de hoje, é verdade, mas outras alterações do mercado também amedrontam pela precarização do serviço, bem como o avanço tecnológico e a maquinação, que modificam e substituem trabalhos já consolidados.
O levantamento mostra, à luz do que foi explanado anteriormente, que 34% dos trabalhadores acreditam que terão o emprego substituído em três anos, seja por automatização ou por outros fatores. Mesmo com a substituição, 55% deles confiam que a empresa em que trabalham os requalificará, ainda que haja a troca pela mão de obra robotizada.
O tema é palco de estudo para inúmeras faculdades de administração, visto que a substituição automatizada já é uma realidade, mas que pode conviver em conjunto com o trabalho realizado por seres humanos.
Disposição, habilidade e talento na recolocação
Ainda que reconheça a possibilidade iminente de substituição, a pesquisa mostra que 38% dos trabalhadores não têm tempo para treinamentos novos, embora 78% estejam dispostos a aprender novas atividades.
Para o lado das empresas, essa posição mostra-se alarmante: 40% dos profissionais de recursos humanos não conhecem as habilidades atuais dos funcionários, o que dificulta o processo e com certeza interfere na confiabilidade dos colaboradores para com as empresas.