Por que conteúdo não é o suficiente: a importância da performance no marketing, por Elaine Costa*
Vivemos em uma era em que a informação é uma moeda onipresente, mas a atenção é uma mercadoria rara. No universo do marketing, a batalha pela atenção do consumidor atingiu níveis épicos, e nesse cenário, o conteúdo por si só já não é mais o suficiente. O que se destaca agora não é apenas o que é dito, mas como é dito, dando origem a uma nova era onde a performance é o rei.
A explosão dos vídeos como ferramenta de marketing é um testemunho claro dessa mudança de paradigma. Segundo dados da Opinion Box, em agosto de 2023, vídeos curtos, como Reels, TikToks e YouTube Shorts, lideram a preferência, atraindo 64% da atenção total e sendo compartilhados em 30% das interações.
Essa preferência pelos vídeos curtos não é uma mera coincidência. Noto que os consumidores estão cada vez mais saturados de conteúdo estático e buscam experiências mais dinâmicas e envolventes. É nesse ponto que a performance se torna crucial. A maneira como um vídeo é apresentado, desde a edição até a narrativa, pode determinar se ele será simplesmente ignorado ou se tornará viral.
A primeira impressão é a que fica, e no mundo do marketing isso é ainda mais verdadeiro. A atenção do consumidor é conquistada nos primeiros segundos e é a performance que define se o espectador continuará assistindo ou rolará para o próximo conteúdo. Elementos como música, gráficos cativantes e cortes precisos são armas poderosas na luta pela atenção efêmera do público.
Além disso, a natureza acelerada das plataformas de mídia social contribui para a ascensão dos vídeos curtos. Em um mundo onde o scroll infinito é a norma, a capacidade de transmitir uma mensagem de forma rápida e impactante é um diferencial competitivo. Aqui, a performance não é apenas uma opção; é a chave para se destacar em um oceano de informações.
A viralidade também é alimentada pela performance. O conteúdo que se destaca não é apenas informativo, mas emocionalmente envolvente. A forma como um vídeo evoca emoções, desde o humor até a empatia, desempenha um papel fundamental na decisão de compartilhá-lo. Nesse contexto, a performance não é apenas estética; é estratégica, criando uma conexão emocional que transcende a mera transmissão de informações.
Contudo, a busca pela performance não significa negligenciar a qualidade do conteúdo. Ambos são interdependentes. A performance é a embalagem que torna o conteúdo mais atraente, mas é o conteúdo em si que sustenta a experiência do espectador. É uma dança delicada entre forma e substância, onde ambas as partes devem estar em sintonia para criar um impacto duradouro.
Em um mundo inundado de informações, a capacidade de se destacar vai além do que é dito; é como é dito. A performance no marketing, especialmente no contexto dos vídeos curtos, tornou-se um diferencial crucial. A atenção do consumidor é uma moeda valiosa, e a performance é a chave para desbloquear o tesouro da preferência e engajamento. Portanto, no jogo do marketing contemporâneo, onde a concorrência pela atenção é feroz, a performance é o verdadeiro rei que reina supremo.
*Elaine Costa é CEO e fundadora da MKPE