Culture analytics: quando os dados ajudam os líderes a gerir a cultura organizacional
A coleta e análise de dados sobre o trabalho remoto é uma ferramenta fundamental para o aumento da produtividade e entendimento da cultura organizacional
A migração do trabalho para o home office, aliado ao uso de tecnologias digitais, pode permitir que os gestores obtenham informações e insights sobre a cultura organizacional de uma forma inédita: é o culture analytics. Atualmente, com o uso de ferramentas de coleta de dados, os líderes podem obter diversas informações sobre o modo de trabalho dos colaboradores, aumentando o engajamento e a produtividade.
“É o analytics a serviço da cultura das empresas. Com as pessoas e as organizações 100% conectadas, nunca tivemos tantos dados sobre o comportamento dos colaboradores”, diz Leylah Macluf, diretora de Talentos da everis Brasil. O culture analytics não é a observação do dia a dia dos funcionários para descobrir se eles estão trabalhando ou assistindo a uma série, pois traz possibilidades muito mais amplas.
O culture analytics possibilita, por exemplo, saber se as reuniões ou conference calls (mais comuns em tempos de pandemia) ocorrem sempre pontualmente ou se começam frequentemente atrasadas e qual é o porcentual de atraso. É possível também descobrir de quantas reuniões os colaboradores participam em média, o tempo de duração de cada uma delas e qual é o número médio de participantes. Qual é a importância dessas informações? Descobrir gargalos de produtividade. “Atrasos em reuniões significam tempo perdido, assim como reuniões longas e com muitas pessoas quase sempre são improdutivas. Com esses dados, os gestores podem criar políticas para tornar os calls mais objetivos e produtivos”, afirma Leylah.
O uso de analytics também ajuda a identificar os funcionários que mais colaboram com as áreas e não se restringem a interagir por calls ou trocas de mensagens e a se comunicar com seu gestor mais próximo; os líderes de cada área, ou seja, as pessoas que são referências e procuradas por seus pares para ajudar nas tarefas; e o comportamento dos profissionais que têm maior ou menor destaque. “Se as pessoas de alto rendimento têm o hábito de destinar uma hora para o almoço, podemos perceber importância do descanso ao longo da jornada. Ou, apenas, que os melhores profissionais conseguem se organizar melhor e não precisam fazer horas-extras”, observa Leilah.
Do lado dos gestores, a ferramenta pode identificar os líderes que fazem reuniões individuais com sua equipe para coaching ou mentoring e a frequência e tempo de cada conversa. Pode-se também verificar os gestores que não dão autonomia aos seus subordinados. “Se o gestor participa de todos as reuniões dos colaboradores de sua equipe, isso pode identificar uma dificuldade em delegar”, afirma Leylah.
Segundo a executiva da everis, todas essas informações ajudam a alta liderança a ter insights para entender a cultura organizacional e identificar os elementos que devem ser reforçados ou eliminados. “Em um momento de trabalho remoto, em que não há o contato físico do líder com suas equipes, encontrar maneiras de conhecer as pessoas, aumentar o senso de pertencimento e reforçar a cultura é fundamental”, conclui.