Técnicas de personalização podem aprimorar a experiência de compra na Black Friday e ser um diferencial na fidelização de clientes, por Rodrigo Villela*
O varejo está otimista com a Black Friday 2024. No e-commerce, a projeção é de crescimento de 10% nas vendas e faturamento na casa dos R$ 7,93 bilhões, no período de 25 de novembro a 2 dezembro, dia da Cyber Monday, segundo a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm). Com as apostas tão altas, os profissionais de marketing precisam definir muito bem suas estratégias para se destacarem em meio à concorrência nesse mar de ofertas.
Para criar campanhas que ressoem junto aos consumidores de modo a impulsionar as vendas, é preciso dar um passo atrás e analisar os dados da Black Friday do ano passado. É crucial entender quais canais geraram mais tráfego e como os clientes interagiram com o conteúdo. Avaliar os principais indicadores de desempenho (KPIs), como tempo médio da sessão, visualizações de página e comportamento de compra. A identificação de canais de alto desempenho e táticas de personalização permitem que as marcas aloquem recursos com mais eficiência.
Segmente o seu público com sabedoria
Compreender a base de clientes é fundamental para uma marca, especialmente nesse período do ano. Embora muitos visitantes do site normalmente comprem para si mesmos, um número significativo procura presentes para amigos e familiares à medida que a Black Friday se aproxima. Essa mudança de intenção requer uma abordagem diferenciada na hora de segmentar o público.
Uma estratégia eficaz é a Zero-Party Data, coleta de informações dos clientes de forma voluntária para entender as suas preferências. Os dados podem ser obtidos por meio da aplicação de questionários ou durante a interação com assistentes virtuais. Por exemplo, se um cliente indicar que está comprando para outra pessoa, os profissionais de marketing podem segmentá-lo temporariamente como “público focado em presentear”.
Esse tipo de consumidor pode apresentar comportamentos diferentes, como baixo engajamento e altas taxas de rejeição, por isso as empresas devem ajustar sua estratégia de personalização adequadamente. A implementação de sobreposições que chamem a atenção – com avaliações e depoimentos de outros clientes – pode incentivar os compradores de presentes e ajudá-los a se sentirem confiantes em suas escolhas. Além disso, incorporar recomendações personalizadas de produtos, destacando itens “mais vendidos” ou “mais amados”, pode direcioná-los para opções populares. Essa abordagem garante que até mesmo os presenteadores focados vejam sugestões relevantes, aprimorando a experiência durante a busca pelo presente perfeito.
Cultive a empatia com os clientes
Com a enxurrada de promoções e mensagens inundando as caixas de entrada dos consumidores, as marcas devem ter empatia com os clientes. O excesso de comunicação pode levar ao cancelamento de assinaturas, por isso é preciso desenvolver uma estratégia de priorização de canais. Forneça interações com uma abordagem equilibrada, usando as preferências de compras e o histórico de engajamento para definir os canais. A análise da jornada de compra é a melhor maneira das marcas permanecerem conectadas sem sobrecarregarem seu público.
Além do varejo: aplicações para outras indústrias
As lições aprendidas com a Black Friday não se limitam ao varejo. Outras indústrias podem se beneficiar das estratégias. Por exemplo, as instituições financeiras podem aproveitar a data para ajudar os clientes a identificar produtos ou serviços alinhados com seus hábitos de consumo. As redes de supermercados podem envolver os consumidores com ofertas relacionadas às festas de fim de ano, destacando produtos populares em estoque. Até mesmo as agências de turismo podem utilizar e-mails personalizados para informar os clientes sobre a queda de preços, à medida que crescem as reservas para as férias de verão.
A Black Friday representa uma oportunidade única para os profissionais de marketing de vários setores criarem experiências positivas de compras. Ao analisar os dados, segmentar os perfis de consumidor de forma eficaz, agir com empatia com os clientes e personalizar as experiências, as marcas vão gerar proximidade e identificação com seu público. O potencial de engajamento do marketing de personalização é enorme e passa pela capacidade de conhecer as necessidades do cliente e de reconhecer e satisfazer as suas expectativas.
*Rodrigo Villela é vice-presidente de serviços da Mastercard Brasil