SXSW 2025: reflexões para os futuros visitantes, por Valeria Abadi*
Antes de mergulhar no turbilhão de ideias, inovações e vivências que o SXSW (South by Southwest) 2024, um dos maiores eventos de marketing do mundo, iria oferecer, seria muito proveitoso se eu soubesse antecipadamente como poderia desfrutarr ao máximo essa experiência única.
Agora, depois de ter vivido intensamente cada momento, decidi compartilhar algumas reflexões que poderão ser úteis aos futuros visitantes do festival.
- A palestra introdutória da Amy Webb é imperdível
Planejar a participação nas diferentes propostas do evento é fundamental, mas sem dúvida a palestra da Amy deu o clima geral do SXSW. Para assistir, foi necessário fazer a inscrição com antecedência e chegar cedo para garantir a vaga. Mas vale muito a pena esperar uma hora na fila, pois, em sua palestra, ela deu um panorama das tendências que dominaram as conversas no evento. - Não corra de um lugar para outro, fique em um lugar por dia
Em vez de tentar cobrir tudo – o que é impossível -, o melhor é escolher um lugar por dia para ficar. Por exemplo, os discursos mais importantes foram realizados nas grandes salas do centro de convenções. Isso permite que você mergulhe verdadeiramente nos tópicos apresentados e se conecte de forma mais profunda com os palestrantes e outros participantes. Outro dia você pode se hospedar no Fairmont Hotel, onde acontecem ativações incríveis e algumas palestras do evento. E, por fim, reserve um tempo para passear pelas ruas, assistir às ativações das marcas e países. - Reserve tempo para experiências envolventes
Além das palestras, reservar pelo menos metade de dois dias para participar de experiências imersivas é, sem dúvida, uma escolha acertada. Além de ouvir mentes brilhantes, o evento proporciona experiências transformadoras que nos permitem refletir sobre o potencial da tecnologia para gerar impacto emocional e empático. - Seja flexível e aberto ao inesperado
Embora seja tentador planejar cada minuto do dia, algumas das melhores experiências surgiram inesperadamente. A palestra sobre realidade virtual e o futuro da tecnologia, proferida por Rony Avovitz, Charlie Fink, Joanna Popper e Ted Schilowitz foi um claro exemplo disso. As conversas sobre Inteligência Artificial, computação espacial e biotecnologia dão o tom da discussão, destacando o papel importante que essas tecnologias desempenham nas nossas vidas futuras. - Participe como parte da geração T (transição)
A agenda é interminável, mas o tema girava em torno da IA e das suas implicações em todos os setores, da saúde ao entretenimento. A computação espacial foi a grande estrela do Apple Vision Pro e do Meta Quest. E, para mim, o mais interessante foi o que experimentei cada vez que coloquei os dispositivos de realidade mista.
O evento não foi apenas para aprender sobre tecnologias emergentes, mas também para refletir sobre o papel que desempenhamos nesta nova era. Como observou Amy Webb, estamos em transição para uma nova geração, a geração T (de transição), definida pela convergência da Inteligência Artificial (IA), dos ecossistemas conectados de coisas e da biotecnologia. É importante reconhecer a nossa responsabilidade na definição deste futuro e na abordagem dos desafios éticos e sociais que dele surgem.
Tive duas experiências muito fortes. A primeira foi o headspace (espaço livre em português) envolvente, que ajuda a relaxar e meditar. O potencial é imenso para o tratamento do estresse, ansiedade ou para melhorar o bem-estar.
E a outra, mais no nível emocional, foi a experiência imersiva chamada Dreaming of Lebanon (‘sonhar com o Líbano’, em tradução livre), que trouxe a história de três jovens profissionais contada em primeira pessoa com a possibilidade de interagir com eles e conhecer suas casas, lugares e recantos. Minha mãe é libanesa e nunca conheci seu país de origem. Foi a viagem que nunca fiz e mesmo assim estive lá. Isso me fez pensar que experiências imersivas ajudam a criar empatia, a conectar-se emocionalmente de forma impactante.
Outra vivência fantástica que tive foi quando colocaram eletrodos na minha cabeça para medir a atividade cerebral a partir de uma experiência imersiva e, por meio da IA, as ondas cerebrais criaram imagens. No futuro, será até possível emitir sinais com o pensamento para que as coisas aconteçam no mundo real. Incrível!
O SXSW foi mais que uma conferência, foi uma imersão no futuro. Desde palestras inspiradoras até experiências transformadoras, cada momento me lembrou que estamos no limiar de uma nova era de possibilidades e responsabilidades.
*Valeria Abadi é vice-presidente sênior de marca Global da Globant