Pesquisa da Bain indica que 58% dos executivos brasileiros consideram a adoção da inteligência artificial como prioridade estratégica
Levantamento, realizado em setembro, mostra que aumento de eficiência e redução de custos foram as principais razões para a implementação da tecnologia nas empresas
Nova pesquisa da Bain & Company sobre aplicação da inteligência artificial (AI) nas empresas brasileiras mostra um avanço acelerado da tecnologia no país. O levantamento, realizado com cerca de 120 executivos brasileiros C-Level, indica que 58% dos entrevistados consideram a IA uma das cinco maiores prioridades estratégicas da sua companhia. O volume não fica muito atrás do que foi observado no mercado global em outro levantamento da consultoria estratégica, segundo o qual 86% dos respondentes deram a mesma prioridade para a IA.
Entre os executivos consultados, 30% têm ao menos um caso de uso em estágio avançado, outros 30% estão tocando projetos em fase inicial e 21% afirmam que a aplicação da IA está em avaliação. Entre os demais, 10% planejam analisar a tecnologia nos próximos seis a 12 meses. As áreas que mais chamam a atenção no estudo, com maior volume de aplicações em andamento, são TI/programação, experiência do cliente e automação de tarefas administrativas.
A grande maioria das companhias que já adotaram a IA a utilizam especialmente como ferramenta para ampliar a eficiência e reduzir custos em seus processos. Os executivos brasileiros (84%) relatam esse foco em maior proporção do que a média global (81%). Outra aplicação frequente da tecnologia é para gerar experiências diferenciadas ao consumidor, mencionada por 63% dos brasileiros – emprego um pouco baixo se comparado com as respostas globais (74%).
Por outro lado, algumas preocupações impedem que as empresas acelerem ainda mais a implementação da IA em seu dia a dia. O desafio mais citado é a falta de entendimento dos casos de uso, seguido por questões relacionadas à privacidade de dados e à falta de talentos no setor. Os brasileiros também se preocupam com a integração da nova tecnologia com a estrutura tecnológica já existente e ainda têm dúvidas quanto ao retorno sobre o investimento em IA.
Apesar dos questionamentos, é evidente a evolução das companhias na aplicação da IA. “Muitas empresas já entenderam que a inteligência artificial pode ser muito disruptiva e vai abrir inúmeras possibilidades para otimizar os negócios. O movimento agora é descobrir como a companhia deve focar seu investimento para encontrar as melhores soluções para cada demanda e aplicação”, explica Lucas Brossi, sócio da Bain e head da prática de Advanced Analytics da consultoria na América do Sul.
Segundo Brossi, as organizações que já estão se movimentando para acompanhar o avanço da IA vão colher os melhores resultados. “As companhias que dominarem as ferramentas de inteligência artificial mais rapidamente têm a chance de aproveitar todo o seu potencial antes da concorrência, o que permite gerar um diferencial competitivo e, inclusive, atrair os melhores talentos para suas equipes”, conclui.