Aumento de compra online traz oportunidades para mídia digital
Analisar se a marca necessita de contato humano e se a categoria está crescendo em buscas é crucial, afirma especialista
O isolamento social causado pela pandemia do Covid-19 revolucionou o dia a dia dos brasileiros e fez equipes de mídia mudarem suas estratégias de uma hora para a outra. A casa virou o lugar de estudar, trabalhar, se divertir e também comprar. De acordo com a pesquisa realizada com quase dois mil entrevistados pela NZN Intelligence, 71% dos respondentes afirmaram que pretendem aumentar o volume de compras online. A Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm) também divulgou dados recentes que revelam que algumas lojas virtuais já registraram alta de mais de 180% em transações nas categorias de alimentos e saúde. E outros segmentos tiveram um crescimento médio de 30%.
“Já que os investimentos em mídia offline como outdoor, telas de elevador, shoppings e aeroportos foram cancelados, sugerimos que os anunciantes migrem a verba para o digital”, afirma Edu Sani, especialista em Mídia Programática da Adsplay.
Mas, segundo ele, é preciso ser estratégico na hora de investir no online. “A Programática é a mídia mais assertiva que temos atualmente, pois é possível ter a entrega para o target em displays, vídeo, OOH, áudio de Spotify, TV, aplicativos, até mesmo em XBox, entre outros locais”, explica.
Para o CMO da Adsplay, Bruno Campos, olhar para países onde o Covid-19 já é realidade há mais tempo, mostra como o Brasil deve se comportar. “São tendências macro a demanda inicial de produtos para prevenção como álcool em gel e máscaras; categorias que “podem esperar” como Moda e Móveis, tem retração na busca enquanto buscas por entretenimento (games, serviços online), alimentação e higiene pessoal ganham muita força.” Outro comportamento identificado durante a pandemia do Covid-19 foi um crescimento maior do que a média em relação aos novos consumidores do e-commerce brasileiro. Segundo estudo divulgado pela Nielsen, houve um crescimento de 17% de pessoas que realizaram pela primeira vez uma compra online.
“É importante não só manter como reforçar a presença digital das marcas. Não só em performance, mas principalmente em awareness. Na última grande crise financeira, o subprime nos EUA, as marcas que se posicionaram bem tiveram recuperação mais rápida e até performance superior do que tinham antes da crise”, reforça Campos.
Impacto é diferente em cada tipo de negócio
Segundo os especialistas, até o momento, o impacto geral no mercado de anunciantes mobile é neutro. “Tivemos muitos reports de campanhas com pausas ou que adiaram mas, também, de anunciantes que aumentaram seu investimento”, diz Campos. “Antes de tomar qualquer atitude é preciso se perguntar: consumir minha marca necessita de contato humano? Minha categoria está crescendo em buscas neste momento? Quantos % do meu investimento estavam em mídias que foram paralisadas temporariamente como OOH e patrocínios de eventos? Estou cobrindo isso com presença online? Em um momento de alto consumo de mídia digital, quais são minhas iniciativas focadas em awareness?”
Ele também explica que a mídia digital permite, através de segmentação, ter uma boa presença de marca sem investir milhões no “mar aberto”. “É um momento importante para revisar as iniciativas focadas em awareness e qual a presença da sua empresa no dia a dia digital de seus consumidores”, conclui.
Segundo dados do novo relatório “Brand Disruption 2020” realizado pelo Interactive Advertising Bureau, as compras de mídia programática representaram 85% de todos os investimentos com mídia digital. O estudo também revela que os gastos totais com publicidade digital nos EUA atingiram quase US $ 79 bilhões, um aumento de 87% na relação com 2017, primeiro ano de publicação do relatório.
Colaboração Anunciattho Comunicação