Sua empresa está trabalhando com inteligência de dados de forma eficiente? Por Carlos Venturini*
Nos últimos anos, a espinha dorsal das estratégias corporativas vem se tornando a mescla entre inovação e eficiência. Nesse sentido, à medida que mergulhamos mais profundamente na era digital, a capacidade de coletar, analisar e interpretar grandes volumes de dados transformou-se não apenas em um diferencial, mas em uma necessidade para a sobrevivência e o sucesso das empresas.
No entanto, há uma grande reflexão sobre o assunto que não podemos deixar de lado: será que todas as companhias conseguem implementar estratégias eficientes de inteligência de dados?
Bem, antes de mais nada devemos entender que nenhum caminho será bem-sucedido se o tratamento das informações presentes no ecossistema digital envolver suposições. Ou seja, as lideranças precisam mirar em decisões embasadas pela tecnologia, a partir da extração de insights valiosos dos seus sistemas.
Só assim a organização poderá otimizar os seus processos, identificar oportunidades de mercado nunca antes exploradas e personalizar produtos e serviços. Ou, em outras palavras, poderá melhorar significativamente sua eficiência operacional e, ao mesmo tempo, inovar o seu portfólio.
Quais são os principais desafios ao explorar a inteligência de dados?
Extrair o potencial máximo dos dados tende a proporcionar uma visão mais clara dos desafios de negócios, além de levar a empresa a rumos promissores, e essa jornada não deixa de ser desafiadora. Parte disso se deve ao fato de que é preciso filtrar a gama imensa de informações presentes nesse mundo digital, de modo a garantir a integridade e relevância dos sistemas de inteligência.
Outro ponto fundamental é a integração tecnológica. Conforme vemos a criação e o aprimoramento de novas ferramentas, as organizações encontram-se gerenciando um emaranhado gigantesco de soluções. Dessa forma, não há como utilizar essas diferentes plataformas de maneira incompatível e desconexa, já que, sem uma visão unificada e coerente, toda a tomada de decisões é prejudicada.
Ainda vale frisar que a privacidade e a cibersegurança também são desafios importantes. Para se ter uma ideia, um relatório da Allianz Commercial mostra que apenas os casos de ransomwares (sequestros de dados) cresceram em 50% no primeiro semestre de 2023, em relação ao ano anterior. Portanto, em um ambiente onde essas violações podem resultar em danos significativos à reputação da marca e implicações legais sérias, as empresas precisam monitorar constantemente os seus sistemas e se adaptarem às leis em evolução.
Estratégias para utilizar dados de forma eficaz
Para transformar dados em ativos valiosos, as empresas devem possuir uma abordagem multifacetada. A adoção de tecnologias avançadas é o primeiro passo nessa trajetória, o que não se limita só à aquisição de novas ferramentas. Estamos falando de um investimento em sistemas capazes de aprender e se adequar continuamente ao avanço digital, incluindo desde soluções de Inteligência Artificial (IA) e Machine Learning até plataformas de análise de padrões e tendências.
O desenvolvimento de talentos é outro pilar no que diz respeito ao tema. Mais do que recrutar especialistas em Tecnologia da Informação (TI), as organizações devem promover uma cultura de aprendizado contínuo para todos os integrantes dos seus times, na qual os colaboradores de diversas áreas possam entender e utilizar dados da forma correta em suas rotinas.
Ainda vale destacar que uma governança sólida também é uma via para garantir que esse processo aconteça sem imprevistos. Com isso, toda a coleta, armazenamento e aplicação das informações ligadas ao ambiente digital da companhia podem ser realizadas de maneira ética e em conformidade com as regulamentações vigentes, protegendo as pessoas e instituições que a cercam.
Olhando para esses pontos, podemos responder a pergunta inicial: não, muitas empresas seguem implementando estratégias de inteligência de dados de forma ineficiente. Contudo, não é tarde demais para explorar as oportunidades emergentes dessa realidade. Como podemos observar, a complexidade do mundo dos dados é mais convidativa e acessível do que pode parecer a uma primeira impressão, podendo abrir várias portas para as organizações crescerem no mercado atual.
*Carlos Venturini é Head de Dados IZIO&Co no Brasil