Varejo brasileiro ainda ignora acessibilidade digital
Com nota média 6,0, marketplaces ainda deixam de lado importante público consumidor, revela estudo do Instituto Biomob
O setor varejista no Brasil está desperdiçando uma importante fatia consumidora por não elevar os níveis de acessibilidade, pelo menos entre os portais mais usados para a realização de compras pela Internet. A constatação é de um estudo feito pelo Instituto Bimob, especializado em soluções de acessibilidade e consultoria para projetos sociais de inclusão, diversidade e equidade.
A entidade avaliou a condição dos principais marketplaces brasileiros frente aos padrões estabelecidos pela Web Content Accessibility Guidelines (WCAG 2.1), um guia criado pelo Consórcio World Wide Web (W3C), para orientar os sites a estarem de acordo com padrões mínimos de acessibilidade digital. O resultado foi uma média 6 com as marcas ficando entre 4.5 e 9.7, em uma escala de 1 a 10.
A pesquisa avaliou os portais Magazine Luiza, OLX, Netshoes – Carrefour, Ponto Frio, Casas Bahia, Extra, Americanas e Mercado Livre. Entre eles, o nível de acessibilidade mais elevado foi apresentado pelo OLX, que ficou com 9,7. De acordo com o trabalho, o site OLX apresentou um total de 31 práticas de acessibilidade identificadas. Destas, 24 foram classificadas como aceitáveis, 6 requerem verificação manual adicional e apenas uma foi considerada não aceitável, sendo ela de nível AA.
Por outro lado, a pontuação mais encontrada foi também a mais baixa, que corresponde a 4,5 aplicada ao Ponto Frio, Casas Bahia, Extra e ao Mercado Livre. O site das Lojas Americanas ficou com o segundo melhor resultado (7,5), seguido de perto pelo Magazine Luiza (7,0), Netshoes (6,7) e, finalmente, Carrefour (5,4).
De acordo com o COO do Biomob, Valmir de Souza, a melhor notícia apresentada pelo estudo foi a constatação de que, apesar de estarem em níveis diferentes de execução, foi possível encontrar em todos os marketplaces a preocupação de assegurar acessibilidade em seus ambientes de compras. “Alguns erros ainda impedem uma navegabilidade adequada para todos os públicos, mas é fato que encontramos esforços sendo feitos no sentido de alcançar este objetivo”, diz.
Texto original: compliancecomunicacao.com.br