Nuvem ou nada, por Fabio Soto*
/ Prepare-se para migrar as aplicações para a nuvem caso ainda não tenha feito isso. Com a chacoalhada que 2020 nos deu acelerou uma grande revolução nos modelos de negócio. O movimento dos negócios foi direcionado para a nuvem seja em infraestrutura tecnológica, serviços, suporte, tudo e em todos os setores. E não tem mais volta.
O impacto da pandemia acelerou essa corrida para a nuvem e acredito que em 2021 vai acelerar mais ainda. Tudo estava previsto para acontecer, porém em menor velocidade. Uma empresa que nunca experimentou serviço de nuvem porque seu modelo de negócio não correspondia a isso, vai ter de se transformar.
Os consumidores experimentaram a compra online e gostaram. Viram que é rápido e dá para confiar. Isso criou um comportamento na maioria das pessoas de pesquisar produtos na internet, tomar decisões com base em vídeos, fazer as compras do supermercado usando aplicativos, estudar em salas de aula virtuais ou realizar consultas médicas pelo celular, dentre diversas mudanças radicais do nosso cotidiano.
Essa experiência irá revolucionar o consumo e a forma de fazer negócios no mundo todo e irá impactar a maioria das verticais de negócio. É o momento de as empresas repensarem seus modelos de negócio.
O empresário deve pensar sobre como se aproximar do consumidor através da internet, grandes empresas das indústrias alimentícias, de roupas e calçados e automobilísticas já estão passando por transformações, mudando processos internos, times de marketing, formas de conhecer melhor seus consumidores, seu comportamento e preferências.
Outro exemplo claro dessa corrida são os bancos do mundo todo, que se movimentam para alinhar seus serviços no modelo das fintechs. As fintechs nascem na nuvem e algumas têm toda sua infraestrutura de tecnologia na nuvem, e não investem em agências ou em outros tipos de infraestruturas caras, além de ganhar facilidades como, por exemplo, contratar pessoas em qualquer lugar do mundo para atender a qualquer demanda. Imagine quantos clientes um banco pode ter em curto prazo se todo capital investido em uma agência for direcionado para fazer marketing.
O resultado de todas essas mudanças estruturantes vai passar por conectar os clientes aos produtos e serviços através da nuvem. Analisando tecnicamente, isso significa um novo mundo de possibilidades e também de complexidades e riscos.
Garantir uma experiência sem riscos de segurança aos clientes não é tarefa fácil, e exige cuidado desde o início do desenvolvimento das aplicações que serão a ponte entre os produtos e serviços comercializados e os clientes. A empresa que passar pela transformação digital deverá conhecer os riscos que estão dentro e fora de seu ambiente multicloud, para criar os controles de segurança adequados. Deverá também atender a uma série de requisitos relacionados a leis de privacidade de dados, que pode variar em cada país onde a empresa faz negócios.
Historicamente, as transformações de modelos de negócios provocaram a queda daqueles que não absorveram a evolução dos processos. Sempre foi assim. Mas hoje, a velocidade está muito maior e numa escala completamente diferente do que estávamos habituados. Precisamos ser ágeis.
*Fabio Soto é CEO da Agility