Grande tendência do mundo da tecnologia, Metaverso terá como protagonistas empresas “não tech”, por Max Cardoso*
Ainda que tenha sido criado anos antes, o conceito de Metaverso ganhou uma outra dimensão (com o perdão do trocadilho) após o movimento feito pelo Facebook de mudar sua marca corporativa para Meta e dizer que desenvolver este novo “mundo” será a prioridade da empresa nos próximos anos.
A ideia de Metaverso já esteve presente, ainda que de forma conceitual, em jogos dos anos 2000 como The Sims, por exemplo, e até, mais tarde, o Second Life. Hoje em dia, quem joga Roblox, Minecraft ou Fortnite, games extremamente populares, estão imersos em diferentes metaversos, comandando seus “avatares” e até mesmo já movimentando a economia digital, com a vendas de roupas, acessórios ou instrumentos para essa personalidade digital.
No entanto, assim como aconteceu com outras tecnologias inovadoras, a movimentação de um grande player da indústria da tecnologia da informação rumo a esta tendência certamente alavancará novas soluções e produtos para este novo mundo, que se desenrolará tanto no ambiente digital quanto físico, oferecendo uma interoperabilidade sem precedentes de dados, ofertas de ativos digitais e experiências.
Acelerar o desenvolvimento das tecnologias necessárias para levar o Metaverso a todo o seu potencial tem sido um dos objetivos da grande indústria de TI. Além da Meta, gigantes como a Microsoft, Sony e a chinesa Tencent já estão se movimentando e investindo para criar seus próprios Metaversos. No entanto, engana-se quem acredita que serão as protagonistas desta nova realidade, que mistura os mundos físicos e virtual nos próximos anos.
Não há dúvida que estes gigantes terão um papel fundamental em construir o que podemos chamar de “blocos de construção” do Metaverso. Já a construção de conteúdo, que formará os diferentes “mundos” e darão vida, ainda que digital, a este ambiente, virá das empresas “não TI” de diferentes setores — moda, varejo, saúde, entretenimento, saúde, etc.
Usando as tecnologias de base, um varejista de moda poderá, por exemplo, permitir que seu avatar (com suas medidas exatas) experimente uma roupa no mundo digital antes de comprá-la e receber em casa o produto físico. Empresas de entretenimento poderão oferecer shows com uma experiência imersiva nunca vista. Por meio de óculos de realidade virtual e outros equipamentos que ainda chegarão ao mercado, será como se você estivesse presente.
Uma indústria de automóveis permitirá que o cliente tenha a sensação de estar dentro do carro de seus sonhos virtualmente, ajudando a marca a atraí-lo para a concessionária. No aspecto educação, o avanço promovido pelo Metaverso promete ser enorme, levando a experiência dos cursos online a outro patamar.
Cito aqui apenas alguns exemplos, mas as possibilidades são infinitas para as empresas, de qualquer segmento, se beneficiarem do Metaverso em seus negócios. Por mais que desenvolvimento de TI não seja o core business e os gestores de tecnologia e marketing possam ainda estar lidando com um conceito novo, já existem parceiros habilitados a ajudá-los a dar os primeiros passos rumo a este novo mundo. E se sua empresa ainda não está se movimentando neste sentido, é hora de começar.
*Max Cardoso é arquiteto de soluções e evangelista do Grupo V8