Estudo da Accenture revela o peso de indicadores sustentáveis nos hábitos de compra dos consumidores
Qualidade e preço ainda são fundamentais para o consumidor e são um desafio para empresas que desejam entregar produtos reciclados ou recicláveis com custo adicional mínimo
Mais da metade dos consumidores afirma que pagaria mais por produtos desenvolvidos para serem reutilizados ou reciclados, segundo resultados de estudo recente conduzido pela Accenture (NYSE: ACN).
A pesquisa analisou as opiniões de 6.000 consumidores espalhados por 11 países da América do Norte, Europa e Ásia e os resultados, apresentados em primeira mão durante o encontro anual do American Chemistry Council (ACC), indicam que, embora os consumidores continuem focados principalmente na qualidade e no preço, 83% acreditam que é importante ou extremamente importante que as empresas desenvolvam produtos reutilizáveis ou recicláveis. Quase três quartos (72%) dos entrevistados afirmam que estão comprando mais produtos sustentáveis atualmente do que há cinco anos, e 81% esperam consumir mais ao longo dos próximos cinco anos.
“A mudança nos hábitos de compra, com cada vez mais consumidores dispostos a pagar mais por produtos ecologicamente corretos, revela a necessidade de as empresas reforçarem seu comprometimento com práticas empresariais responsáveis”, explica Jessica Long, diretora geral da Accenture Strategy. “Empresas de vários setores já começaram a liderar com mais propósito e a abraçar causas como a economia circular, o que pode ser uma ótima oportunidade para impulsionar o crescimento e a agilidade competitiva.”
Ainda assim, qualidade e preço seguem no topo da lista de preocupações dos consumidores no momento da compra e foram citados por 89% e 84% dos entrevistados, respectivamente, em comparação com os 49% que também consideram quesitos como saúde e segurança, e 37% que estão atentos ao impacto ambiental do produto.
Os resultados do estudo também indicam que os consumidores acreditam que a indústria química – que tem papel central no desenvolvimento de tecnologias e materiais reciclados e reutilizáveis – precisa se preocupar mais com o impacto ambiental. Um em cada quatro consumidores (26%) acredita que, entre os nove setores listados, a indústria química é a que menos se preocupa com o seu impacto no ecossistema.
Consumidores também apontam as empresas químicas com o menor índice de confiabilidade da comunicação em relação ao impacto de seus produtos e serviços sobre o meio ambiente. Ao todo, 72% dos entrevistados não confiam muito ou não confiam nada nas comunicações das companhias do setor.
“Alguns dos resultados da pesquisa são animadores, mas os dados mostram claramente que as empresas do segmento químico precisam reverter as opiniões negativas dos consumidores e produzir materiais sustentáveis a preços competitivos”, diz Rachael Bartels, diretora geral da Accenture, líder da prática Chemicals and Natural Resources. “A indústria química é um facilitador crítico para a economia circular e pode acelerar sua adoção. O importante é que o setor se antecipe a isso agora, ou correrá o risco de ficar para trás”.
Outros dados da pesquisa mostram que o plástico é percebido por 77% dos consumidores como o tipo de embalagem menos amigável ao meio ambiente. Já 55% apontam os produtos de papel como os mais ecologicamente corretos.
A solução desse e de outros desafios pode ajudar a impulsionar o crescimento das empresas químicas. Por exemplo, a ACC estima que uma economia circular para plásticos poderia adicionar 38.500 empregos e bilhões de dólares à economia dos EUA, expandindo o uso da pirólise e de outras tecnologias avançadas de reciclagem de plástico. As empresas do setor químico têm a oportunidade de catalisar e capturar uma parte significativa dos 4,5 trilhões de dólares em oportunidades apresentadas pela mudança para a economia circular, de acordo com a pesquisa sobre economia circular da Accenture Strategy.