Chat GPT: mundo nunca mais será como antes depois da ferramenta, afirma especialista
O Chat GPT, chatbot de inteligência artificial da Open AI, está gerando muita repercussão e controvérsia, para o bem e para o mal. Na opinião de David de Oliveira Lemes, coordenador do curso de Ciência da Computação da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (FECAP), a ferramenta representa um marco tecnológico e “o mundo nunca mais será como antes” depois dela.
O ChatGPT é considerado por muitos especialistas como um marco revolucionário no setor de tecnologia, especialmente na área de processamento de linguagem natural (PLN), pois é um modelo de linguagem baseado em aprendizado de máquina que utiliza uma arquitetura de rede neural de grande escala, com bilhões de parâmetros, para gerar respostas precisas e fluentes em uma variedade de tarefas.
A tecnologia é capaz de gerar respostas precisas e fluentes em várias tarefas de linguagem natural, o que pode ser útil em diversas aplicações, como chatbots, assistentes virtuais e sistemas de recomendação. Também é capaz de processar grandes quantidades de dados de maneira eficiente, o que pode reduzir o tempo necessário para treinar modelos de linguagem. Além disso, é capaz de generalizar para novas tarefas de processamento de linguagem natural sem a necessidade de treinamento adicional, o que significa que ele pode ser aplicado a uma ampla variedade de aplicações.
“Podemos afirmar que é considerado um marco revolucionário porque foi capaz de superar muitos dos desafios que antes impediam a criação de modelos de linguagem precisos e fluentes em tarefas de PLN. Com seus bilhões de parâmetros e uma arquitetura de rede neural sofisticada, o ChatGPT pode capturar nuances complexas da linguagem e produzir respostas humanas naturalmente, como se fossem escritas por um ser humano”, afirma Lemos.
IMPACTO NO MERCADO DE TI
O ChatGPT pode ter um impacto positivo no mercado de Tecnologia da Informação (TI) Como um modelo de inteligência artificial avançada e capaz de realizar diversas tarefas relacionadas à linguagem natural, como geração de texto, tradução, sumarização e resposta a perguntas.
“Por exemplo, o ChatGPT pode ser utilizado para desenvolver chatbots inteligentes que possam ser utilizados em atendimento ao cliente, suporte técnico e outras tarefas relacionadas ao serviço ou suporte ao cliente. Esses chatbots podem melhorar a eficiência e a experiência do cliente, além de reduzir o tempo de espera e custos operacionais para as empresas das mais diversas áreas”, acrescenta o professor universitário.
No entanto, afirma o especialista, a tecnologia também pode ter um impacto negativo no mercado de TI se for utilizada de maneira inadequada ou mal-intencionada.
“Por exemplo, ela pode ser utilizada para desenvolver sistemas de desinformação ou propaganda enganosa. Por isso, é fundamental que o ChatGPT seja utilizado de maneira ética e responsável, e que os desenvolvedores e usuários considerem cuidadosamente os possíveis impactos positivos e negativos antes de implementá-la em suas aplicações”, diz.
Empresas como Google, Amazon e Facebook já possuem seus próprios sistemas de processamento de linguagem natural, mas o ChatGPT pode representar uma ameaça à sua posição no mercado, especialmente em tarefas de PLN mais complexas.
“As empresas que não conseguirem acompanhar o ritmo do desenvolvimento do ChatGPT podem perder terreno em relação a seus concorrentes. Vale aqui lembrar que a Microsoft, uma gigante do setor, é parceira da OpenAI em diversos projetos, inclusive lancará em breve o Copilot, é uma ferramenta do Microsoft 365 que utiliza uma tecnologia baseada no ChatGPT dentro do Word, PowerPoint, Excel, Outlook, Teams e mais”.
Contudo, assim como outros modelos de linguagem baseados em aprendizado de máquina, o ChatGPT pode apresentar viés em relação a determinados grupos ou temas, o que pode resultar em respostas tendenciosas ou prejudiciais.
“Como requer grandes quantidades de dados para treinamento, pode levantar questões de privacidade e segurança, especialmente se os dados incluírem informações sensíveis ou pessoais. Ao que me parece, o mundo nunca mais será como antes”, finaliza o professor universitário.