Sociedade 5.0: a tecnologia como ferramenta para promover o bem-estar, por Marco Stefanini*
/ Há uma evidente tendência no envelhecimento da população mundial. De acordo com um estudo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), um em cada quatro brasileiros terá mais de 65 anos em 2060. Com o número de idosos aumentando, é mais do que necessário discutir formas de garantir uma vida longínqua e saudável.
Este é um grande desafio, mas que pode ser rapidamente superado com o uso de novas tecnologias e, principalmente, com a aplicação do conceito de Sociedade 5.0. O termo surgiu no Japão, em 2016, quando o governo lançou o seu plano para o estimular a inovação até 2021. A ideia central é utilizar as ferramentas tecnológicas para promover o bem-estar humano.
Nos últimos anos, vimos o desenvolvimento de uma série de tecnologias que transformaram diversos setores da economia. Inteligência Artificial, Big Data, Internet das Coisas, Realidade Virtual, Machine Learning e Impressão 3D são algumas das soluções que já são realidade no nosso dia a dia.
Com o uso dessas tecnologias, muitos setores conseguiram se beneficiar, garantindo agilidade nos negócios e promovendo mais facilidades para os clientes finais. No varejo, por exemplo, já houve uma disrupção. Com o uso de tecnologias, o setor conseguiu enfrentar as dificuldades presentes no mundo físico e oferecer um e-commerce robusto. Deu tão certo que, de acordo com a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), o faturamento do comércio eletrônico está acima dos R$ 80 bilhões anuais.
As fintechs também são exemplos no uso da tecnologia. Hoje, a população tem acesso a soluções financeiras como os bancos digitais, que dispensam a ida a agências físicas até na hora de abrir uma conta. Há ainda os cartões sem anuidade, os aplicativos de cashback e uma série de outros benefícios que atraem o consumidor. Apesar dessas facilidades, este é um setor que ainda não está tão avançado se comparado ao varejo, principalmente por causa da grande quantidade de regulamentação.
É neste ponto que eu comparo as fintechs com o setor de saúde. Hoje, já temos uma maturidade tecnológica que permite trazer benefícios concretos para a medicina. O que vemos, no entanto, são algumas iniciativas pontuais, principalmente por causa das regras e regulamentações que impedem o desenvolvimento do setor.
O conservadorismo é outro fator do atraso na Transformação Digital da Saúde . Por exemplo – enquanto a prescrição médica digital pode ajudar a evitar problemas no entendimento do medicamento, há muitos médicos que ainda insistem em fazer as receitas à mão.
Já temos tecnologias que permitem, por meio da análise de dados, atuar na prevenção de doenças. Além disso, por meio da Inteligência Artificial, um computador consegue identificar de forma ágil o melhor tratamento para um paciente.
Quando a tecnologia e a medicina se unem, o ser humano se torna o mais beneficiado da história. O que temos hoje ainda é pouco perto do potencial que podemos alcançar. Precisamos superar o nosso conservadorismo e seguir rumo à disrupção para transformar a vida e garantir um futuro saudável.