Inteligência artificial, aplicativos e algoritmos vão moldar o futuro da comunicação, revela pesquisa da Aberje
Estudo sobre Tendências da Comunicação Organizacional aponta que 72% das organizações acredita que a área de comunicação terá a percepção de seu papel estratégico ampliada
A quarta edição da pesquisa Tendências da Comunicação Organizacional, conduzida pela Associação Brasileira de Comunicação Empresarial – Aberje, revela uma revolução iminente no cenário da comunicação. A pesquisa destaca que a inteligência artificial e os algoritmos assumirão um papel protagonista nos próximos três anos, moldando o futuro da área.
Participaram 135 empresas, entre associadas e não associadas, localizadas nas diversas regiões do país, de todos os portes e que representam quase todos os segmentos da economia.
A pesquisa revela que a Comunicação Organizacional passará por uma mudança, impulsionada pela inteligência artificial (40%), aplicativos (apps) (36%) e algoritmos (24%). Essas tecnologias disruptivas irão redefinir a forma como as organizações se comunicam, criando novas possibilidades e desafios para os profissionais da área.
Estabelecer o link entre a comunicação e a estratégia de negócio (59%) e fortalecer o papel da função da comunicação no apoio à tomada de decisões da alta direção (52%) estão entre as questões estratégicas mais importantes para a gestão da comunicação organizacional das empresas participantes.
Para prosperar nesse novo cenário, as habilidades mais relevantes para os profissionais de comunicação, identificadas pelos participantes são: (1) adaptabilidade às novas tecnologias (61%); (2) capacidade de mensuração e demonstração de retorno financeiro (43%); (3) criatividade e inovação (39%); (4) aprendizado contínuo (35%); (5) capacidade de lidar com a complexidade (30%) e (6) planejamento estratégico (30%).
Mais Tendências
A pesquisa revela que serão inúmeros os desafios para a área de comunicação a partir deste ano. Entre os mais destacados foram: aumento da interação e do impacto via comunicação digital (63%), questões relacionadas à diversidade (39%), mudanças das configurações organizacionais internas (39%), maior cuidado com ética, compliance e governança corporativa (27%) e orçamento menor para a área (27%).
Os processos de atuação mais abrangidos pelas áreas de comunicação dos participantes são: comunicação interna (92%); relacionamento com a imprensa (90%); comunicação externa (88%); eventos (79%); mídias digitais e sociais (74%); gestão de crises e riscos (71%), e branding (70%). entre os menos abrangidos temos: relações governamentais (17%), sustentabilidade (22%) e diversidade e inclusão (22%).
Modelo de Gestão
O modelo de gestão da comunicação adotado pela maioria (72%) dos respondentes é o de elaboração de plano integrado de comunicação. 18% das participantes adotam o planejamento e execução de ações pontuais demandadas pelas áreas internas e 7% o planejamento e execução de ações pontuais demandadas pelo board.
De forma geral, as equipes próprias de comunicação das organizações participantes têm necessidades de desenvolvimento profissional em todos os temas apresentados. As maiores necessidades concentram-se em: gestão de canais e ferramentas de comunicação – publicações impressas; canais audiovisuais; canais digitais; mídias sociais; etc (64%); pesquisa e mensuração – controle; métodos e ferramentas; monitoramento; etc (61%); especialização em comunicação – reputação; responsabilidade social; crises; branding; etc (48%); gestão da comunicação de forma geral – projetos; finanças e orçamento; pessoas; etc (45%) e desenvolvimento das soft skills – habilidades socioemocionais como autoconfiança, comunicação, atitude positiva, entre outras (39%).
Canais utilizados
A pesquisa aponta que para a maioria dos participantes (73%), a estrutura atual dos canais de comunicação, do ponto de vista da organização, atende de forma parcial as necessidades da comunicação e que os canais mais utilizados para se comunicarem com seu público externo, pelas áreas de comunicação das empresas participantes, são: as redes sociais (87%), os jornais online (53%), o portal corporativo (47%), as feiras e eventos (40%), as revistas online (38%) e os jornais impressos (36%). Entre os canais menos utilizados destacam-se: os aplicativos para dispositivos móveis – app (10%), os blogs/fóruns online (12%), o rádio (14%), os influenciadores (16%) e a televisão (17%).
Já para o público interno, os canais mais utilizados são: o portal corporativo (68%), o canal digital de conteúdo próprio (55%), as redes sociais (51%), os aplicativos para dispositivos móveis – app (37%) e as feiras e eventos (24%). entre os canais menos utilizados destacam-se: o whatsapp (4%), as revistas de notícias impressas (6%), os blogs/fóruns online (7%), as revistas online (10%) e os influenciadores (10%).
Ações imprevistas
Os fatores que mais influenciaram as ações imprevistas de comunicação, nas empresas participantes, foram: oportunidades de mercado (53%), ações das redes sociais (40%), questões relacionadas ao aumento ou à diminuição das vendas (30%) e crises de reputação (23%). Em menor número, houve ainda outros fatores influenciadores para as ocorrências de ações imprevistas de comunicação: ações da concorrência (22%); problemas relacionados aos funcionários (18%), pressão dos acionistas (15%) e fake news (13%).
Questões sociais
A maioria (71%) das organizações participantes já se comunica sobre questões sociais. Das que ainda não se comunicam, 16% devem fazer nos próximos dois anos. Já 10% delas, não se comunicam sobre esse tema, e nem devem fazer isso nos próximos anos. Entre os principais temas a serem abordados estão: combate ao racismo nas instituições (25%); combate à pobreza e à fome (24%) e saúde mental: novas síndromes (21%).
Aberje Trends
Na última edição do Aberje Trends, que aconteceu no dia 19 de junho, teve como tema central “A nova economia da comunicação corporativa: tecnologias e competências que vão moldar um time vencedor”. A programação contou com com diversas palestras sobre o crescente protagonismo das áreas de comunicação das organizações, reunindo comunicadores de todo o Brasil em torno das discussões sobre as tendências de comunicação que vão pautar a institucionalização do mercado.
Durante o evento foi apresentado pelo o diretor-executivo da Aberje, Hamilton dos Santos, os resultados de uma pesquisa exclusiva sobre o Orçamento da Comunicação Empresarial. O estudo revelou que, em 2022, o investimento nessa área alcançou a marca de R$ 34,4 bilhões. Já para o próximo ano, a estimativa é de um aumento de 3%, atingindo um orçamento de R$ 35,3 bilhões.
“Esses números demonstram a importância crescente da comunicação corporativa no cenário empresarial. As organizações estão reconhecendo cada vez mais a necessidade de investir em estratégias de comunicação eficientes para se destacarem em um ambiente altamente competitivo. O orçamento previsto para 2023 reflete essa tendência e nos mostra a relevância de aprimorar constantemente nossas habilidades e conhecimentos para acompanhar a evolução do setor”, salientou Hamilton dos Santos, durante seu discurso.