Edge computing reduz custos, traz mais eficiência e segurança no tratamento de grande volume de dados, por João Alves*
/ A internet das coisas possui como um de seus principais objetivos tornar visíveis dados e informações que antes passavam despercebidos pelas empresas. Isso porque, uma vez visualizados, esses dados podem ser cruciais para o crescimento do negócio. Essa nova forma de gestão, assim como aumento considerável no fluxo de informações, trouxeram novos desafios às companhias: a necessidade de mais segurança e tratamento desses dados antes de enviá-los a um servidor remoto; um grande número de informações descentralizadas, em diferentes padrões, protocolos e formatos; tecnologias contrastantes, como uso de equipamentos antigos com equipamentos mais modernos; e diferentes necessidades para uso dos dados em cada setor da empresa, como Tecnologia da Informação (TI) e Tecnologia de Automação (TA).
Diante de todos esses desafios, o edge computing tem ganhado visibilidade entre os profissionais de tecnologia. Essa nova técnica possibilita realizar um tratamento nos dados antes de enviá-los à nuvem e aos servidores, economizando espaço de armazenamento, diminuindo o consumo de banda e fornecendo uma série de ferramentas para manipulação e visualização das informações ainda na planta. Em vez de utilizar apenas a nuvem, pública ou privada, o usuário consegue criar camadas neste processo. O caminho até a nuvem é muito grande e pode ser que haja instabilidade na conexão neste meio tempo, o que pode aumentar o tempo de resposta, ou mesmo gerar um fluxo muito grande de dados sem o devido tratamento.
Com edge computing, é possível realizar uma triagem dos dados, minimizando o tráfego até à central, evitando o envio de pacotes desnecessários e focando no que realmente importa. Sem essa ferramenta, as empresas precisam investir em uma ampla infraestrutura de rede, de forma que a comunicação seja ininterrupta e com baixa latência. Além disso, ainda existe bastante receio em fazer a conexão direta de determinados equipamentos, como PLCs, diretamente com a internet, portanto ao adicionar uma nova camada, podemos implementar uma série de funcionalidades de segurança trazendo ainda mais confiabilidade para o sistema.
As empresas que têm adotado a computação de borda vêm conseguindo ganhar produtividade, previsibilidade e eficiência, uma vez que a adoção de um sistema com esse tipo de processamento permite um caminho mais suave até a completa digitalização dos processos, criando níveis que se comunicam e fornecem diferentes formas de lidar com o dado. Com as informações certas visíveis, é possível melhorar a tomada de decisão, a detecção de falhas, gargalos, ou pontos de melhoria.
Um ponto importante é que a empresa tenha ferramentas que consigam compreender dados de chão de fábrica em diferentes padrões. Desta forma, criamos um caminho mais fácil do dado até a plataforma responsável por esse pré-processamento. Além das ferramentas de manipulação dos dados, precisamos tornar essas informações úteis e com recursos de segurança como firewall, controle de acesso, criptografia etc, que darão maior confiabilidade ao sistema, criando camadas adicionais de segurança. Segundo o especialista, para que isso seja possível temos que colocar em conjunto diversos conceitos como o próprio IoT e as questões de segurança cibernética, extremamente importantes para garantir a integridade do sistema. Nestas aplicações podemos ter diferentes níveis de processamento, desde aplicações mais simples que exigem poucas alterações e interações com o dado ou mesmo processo mais complexos que precisam empregar algoritmos para Data Analytics ou mesmo Machine Learning.
*João Alves é engenheiro de aplicação da Advantech Brasil