• Sintelmark realiza seminário pela inclusão da pessoa com deficiência no setor de contact center
O Sintelmark realizou, no último dia 23 de abril, no Nobile Downtown, no centro de São Paulo, o 1º Seminário pela Inclusão da Pessoa com Deficiência no setor de Contact Center. Inédito no segmento, o evento reuniu cerca de 80 profissionais e premiou as empresas que já obtiveram resultados positivos na evolução das contratações.
Durante o seminário, destacou-se a evolução e os resultados do programa desenvolvido em parceria com o Instituto Modo Parités, com foco na capacitação de gestores e acompanhamento de ações afirmativas – com o intuito de fornecer instrumentos de gestão, eliminar barreiras, auxiliar e garantir acessibilidade e inclusão efetiva.
Na oportunidade, além do presidente do Sintelmark, Topázio Silveira Neto, e a fundadora do Instituto Modo Parités, Ivone Santana, esteve presente o coordenador do Projeto de Inclusão de Pessoas com Deficiência da Secretaria Regional do Trabalho (SRT), José Carlos do Carmo, que abordou a visão e expectativas do órgão.
“Este trabalho que está sendo feito em São Paulo deve servir como um primeiro passo. Temos muito a fazer e precisamos trazer mais empresas para este programa, que já é um sucesso. Espero que possamos espalhar a iniciativa aos outros estados da federação, para que se possa facilitar a inclusão da pessoa com deficiência. Todos ganham com a promoção da acessibilidade”, ressaltou o presidente do Sintelmark, Topázio Silveira Neto.
Foram premiadas com o troféu Cultura Organizacional Inclusiva as seguintes empresas: Uranet, Actionline, Intervalor e Conecta.
“O programa está dando muito certo e ainda temos alguns desafios pela frente. Tivemos de vencer a barreira cultural no início. Mas uma coisa boa foi que agregamos o programa da diversidade e inclusão na rentabilidade ao negócio e os resultados já começam a aparecer”, conta João Viel, assistente de Recursos Humanos da Conecta. Segundo ele, a empresa tinha 67% da cota de funcionários com deficiência exigida pela legislação e passou para 110% em janeiro deste ano.
“Tivemos um apoio importante do setor de Recursos Humanos e a empresa comprou a ideia da inclusão. Fizemos adequações de salário e de jornada. Mas, com o programa, o mais difícil foi operacionalizar o ingresso destes trabalhadores. Ou seja, não é porque possui deficiência que pode tudo. Eles também têm de cumprir metas, horários e merecem feedback”, destacou Adriana Carreira, advogada da Actionline. A empresa hoje emprega 100% da cota. No início do programa o percentual era de apenas 9%.
O diretor administrativo da Intervalor, Ruy Rede, lembrou que no início do projeto não teve como fugir da pergunta “quanto custa tudo isso? Como a gente vai fazer isso acontecer?”. Mas que hoje, após dois anos, ele mudou seu modo de ver e de lutar pela inclusão. Orgulhoso e emocionado com os resultados, contou que o seu contato com as pessoas com deficiência foi transformado e o quão tem sido rica a relação com estes profissionais. “Não tem preço o que aprendemos com essas pessoas”.
Em termos de quantidade, a Uranet, dentre as empresas participantes do programa, tinha uma das maiores cotas legais a cumprir, o que não foi impeditivo para a empresa deixar de atender a legislação.
Resultados
Com um retrospecto de participação de mais de 70 gestores ligados à atividade de Contact Center e aumento de mais de 34% no número de empregos gerados entre as empresas que fazem parte do programa, em pouco mais de um ano, a iniciativa já contemplou duas etapas: a realização do mapeamento de acessibilidade e cultura organizacional; e, de forma mais prática, a capacitação de gestores e executivos. De agosto de 2017 a março de 2019 já foram realizados diversos encontros de capacitação, passando pelos temas de atração, seleção, recepção, desenvolvimento, retenção, comunicação e engajamento.
“No início tudo parecia impossível, e as dificuldades eram muitas. Mas, aos poucos, fomos alcançando os resultados. Não existe fórmula mágica. O que há é a predisposição para ter um cenário de inclusão nas empresas”, ressalta Ivone Santana, do Instituto Modo Parités.
José Carlos do Carmo, coordenador do Projeto de Inclusão de Pessoas com Deficiência da Secretaria Regional do Trabalho (SRT), ressaltou a importância de iniciativas como a do Sintelmark. “É graças à Lei de Cotas que temos conseguido avançar no processo de inclusão. A eficiência da lei se dá pela fiscalização. Multar não é nosso objetivo, embora algumas vezes tenhamos de usar a multa como instrumento de conscientização das empresas. Mas, o importante é sempre difundir a cultura da inclusão, como está sendo feito aqui”, enalteceu.