Kubernetes faz cinco anos: confira 10 funcionalidades e fatos curiosos
Sistema open source do Google Cloud virou padrão da indústria e, desde 2014, está no centro do desenvolvimento de aplicações
Quem vê o logo de uma roda de leme pela primeira vez e faz parte do mundo da tecnologia, consegue imaginar facilmente do que se trata: o Kubernetes. O sistema de código aberto para o gerenciamento de contêineres (ou workloads) faz parte do portfólio do Google Cloud e foi lançado em 2014 a partir do crescimento da demanda por contêineres nas empresas e da ascensão do uso da tecnologia em nuvem. Os cinco anos após o seu lançamento foram tão intensos que fizeram dele um padrão da indústria.
Com o objetivo de facilitar a implantação de aplicativos de forma rápida, com redução de complexidade, trabalhos manuais e com acesso permitido em qualquer lugar por meio de armazenamento de dados e aplicações na nuvem, o Kubernetes é usado no Brasil para o desenvolvimento de diversas empresas, tais como Hotel Urbano e Magazine Luiza.
Confira, abaixo, algumas curiosidades e funcionalidades do Kubernetes:
CURIOSIDADES:
1. Foi criada a partir de uma tecnologia interna do Google: Assim como os projetos em cloud do Google com grandes empresas retornam à casa para aprimorar suas próprias tecnologias, as soluções também podem ser feitas de dentro para fora. Criado em 2003, o Borg foi antecessor do Kubernetes e serviu como base para o seu desenvolvimento. Sua principal função era a de superar o desafio de fornecer e gerenciar serviços e aplicativos com abrangência de centenas de milhões de contêineres de forma rápida e disponibilizá-los para o uso em ambientes de produção.
2. Lançamento do Google Kubernetes Engine (GKE): Em novembro de 2014, o Google lançou o ambiente gerenciado de implantação de aplicativos em contêineres, que os tornava prontos para produção. A solução teve o seu papel na finalização do ciclo de inovação em tecnologia de contêineres e é, atualmente, o padrão da indústria por conta de seus benefícios na produção de diversas grandes empresas.
3. Tudo no Google é hospedado em contêineres: Após a sua implementação interna e os resultados positivos, o Google anunciou, ainda em 2014, que todos os seus serviços, tais como Busca, Gmail, Google Docs, YouTube etc, são executados na tecnologia de contêineres. A empresa gera, ainda, mais de 4 bilhões de implantações de contêineres por semana por meio do Borg, utilizado apenas internamente.
4. Logo e nome de referências marítimas: Além de fazer referência a um navio cargueiro, que utiliza contêineres no armazenamento de mercadorias, o logo do Kubernetes faz menção ao seu próprio nome quando ele ainda era um projeto em desenvolvimento. “Project Seven of Nine” (ou Projeto Sete de Nove, em português) está representado nas sete guias presentes no desenho. Além disso, Kubernetes vem do termo grego “Kuvernetes”, que significa “timoneiro”, a pessoa responsável por conduzir o navio.
5. Inspiração também está em Star Trek: “Project Seven of Nine” faz uma homenagem a personagem “Sete de Nove” da série de ficção científica “Star Trek: Voyager”. Ainda, Borg – nome do projeto que serviu como base do Kubernetes – também faz parte do universo da série e lá é conhecido como uma espécie de organismos cibernéticos.
FUNCIONALIDADES:
1. Ambientação controlada e compartilhamento de carga personalizada: O sistema do Google Cloud difundiu-se rapidamente e virou a solução padrão do mercado por conseguir orquestrar e gerenciar os contêineres, atuando no seu agrupamento por meio dos “pods”, além de criar e excluir novos, de forma a refinar o seu funcionamento. Além disso, o armazenamento de dados e aplicações são feitas em nuvens públicas, privadas ou híbridas, o que permite o acesso em qualquer lugar e garante que nada será perdido. O gerenciamento em “pods” soluciona um dos maiores problemas da área ao controlar a carga de trabalho, recurso e rede de cada contêiner.
2. Redução da necessidade de monitoramento: A automatização é um processo importante estrategicamente no aumento da produtividade. Com isso em mente, o Kubernetes traz uma inteligência por trás que permite escalabilidade, recuperação automática de falhas e se adapta automaticamente em um ambiente em constante modificação, proporcionando, assim, os recursos necessários para que o sistema opere com mais rapidez e eficiência. Assim, a infraestrutura do Kubernetes permite que as equipes possam se concentrar mais em outros objetivos do negócio, em detrimento de ter que fazer o gerenciamento manual de seus contêineres.
3. Capacidade de atuar com diversas atualizações: Assim como um regente de orquestra, o Kubernetes é responsável por gerenciar as aplicações e organizar os seus recursos necessários para cada contêiner por meio do compartilhamento entre pods (estrutura que envolve um ou mais contêineres), além de criar e excluir contêineres conforme a necessidade. Dessa forma, o Kubernetes também possibilita que as atualizações no sistema – que muitas vezes podem acontecer várias vezes ao longo do dia e que são necessárias para a evolução das aplicações – sejam agendadas, automatizadas e revertidas por completo em caso de problemas na versão implantada.
4. Cultura colaborativa: A partir da tecnologia open source (código aberto, termo utilizado em português), as equipes são incentivadas a contribuir com o desenvolvimento e compartilhar aprendizado com a comunidade de desenvolvedores. A doação do Kubernetes para a Cloud Native Computing Foundation e Linux Foundation, em 2015, permitiu criar um ecossistema colaborativo e um ciclo de vantagens tanto para os desenvolvedores e empresas, como para seus usuários.
5. Desenvolvimento de novas tecnologias e soluções: É de conhecimento comum que inovação gera inovação, e não será diferente nos próximos anos. O aprendizado de máquina, Internet das Coisas e novos aplicativos com o objetivo de facilitar o dia-a-dia são uma constante. O Kubernetes está no centro desta discussão e se torna tão envolvido no desenvolvimento da tecnologia, quanto o Kernel de uma máquina ou as redes elétricas para uma comunidade.
O Google disponibiliza, em formato de comics, o material “Smooth sailing with Kubernetes” no qual explica de forma divertida e simplificada o que é e como funciona o sistema. Interessados em aprender mais sobre o Kubernetes também podem acessar o treinamento Getting Started with Google Kubernetes Engine, disponível na plataforma Coursera.