Intervalor detecta em pesquisa que 90,7% dos entrevistados tiveram a vida financeira afetada pela pandemia e para 85,8% o impacto ainda permanece
As consequências negativas não ficaram restritas à parcela da população com menor escolaridade
A Intervalor, multinacional alemã de relacionamento e serviços financeiros no Brasil, fez uma pesquisa com consumidores em situação de inadimplência, para entender quais são os fatores que levam ao descontrole financeiro e ao atraso nas contas. 90,7% tiveram a vida financeira afetada pela pandemia em 2020 e para 85,8%, o impacto ainda permanece em 2021. Os resultados apontam que as sequelas causadas pela pandemia não ficaram restritas ao ano de 2020, e engana-se quem pensa que a crise econômica só atingiu as camadas da população com menor grau de instrução.
De acordo com dados do IBGE divulgados em julho de 2021, a taxa de informalidade no mercado de trabalho do país subiu para 40% da população que trabalha, no trimestre finalizado no mês de maio. Essa questão é ainda mais relevante quando observamos que 92% das pessoas que responderam se declararam como os principais responsáveis pelo pagamento das despesas da casa, ou que contribuem significativamente para o orçamento familiar.
“Através dessa pesquisa, detectamos que os impactos financeiros negativos da pandemia não ficaram restritos à parcela da população com menor escolaridade. A perda do emprego e as despesas médicas foram mencionadas como os principais impactos na organização financeira dos entrevistados”, explica Phelipe Alvarez, vice-presidente da Intervalor.
A ausência de trabalho remunerado e realocação em posições com salário menor, ou ainda adoção de atividade autônoma, impactam o orçamento familiar de maneira bastante acentuada, principalmente, se considerarmos que as despesas particulares e da família acabam se constituindo em torno de um padrão financeiro pré-estabelecido. Dessa forma, com a redução dos ganhos, é natural que as contas acabem desequilibradas, até que haja plena readequação das despesas.
“Vale ressaltar que apenas 24,5% da população possuí convênio médico (fonte: Saúde Business – 03/21), sendo que parte desse percentual o tem como benefício da empresa onde trabalha. Ou seja, o desemprego traz consigo também a vulnerabilidade em relação às despesas relacionada à saúde. Os custos que seriam priorizados em uma eventual falta de recursos são aluguel, contas de consumo e fatura do cartão de crédito, frequentemente utilizado como complemento no orçamento dos consumidores”, comenta o executivo.
A companhia lançou no Brasil o Recalibra, uma solução para negociação de dívidas sob medida. Ao olhar para o consumidor de forma individualizada, a plataforma recomenda, como um concierge, a melhor opção de pagamento de acordo com seu perfil, momento de vida e necessidades. Até o lançamento dessa plataforma, a estratégia de negociação era baseada em um conjunto de variáveis históricas do consumidor, proveniente de diferentes fontes, que os agrupava de acordo com características semelhantes; como por exemplo, a propensão de pagamento de uma dívida.
Perfil dos entrevistados:
Idade:
• 18 a 20 • 1%
• 21 a 29 • 14%
• 30 a 39 • 34%
• 40 a 49 • 26%
• 50 a 59 • 16%
• 60 ou mais • 9%
Nível Educacional:
• Fundamental I • 3%
• Fundamental C • 5%
• EMI • 8%
• EMC • 29%
• Graduação I • 13%
• Graduação • 27%
• Pós ou mestrado • 15%
No momento da pesquisa, os respondentes tinham a seguinte situação profissional:
• Empregado CLT • 30%
• Autônomo • 27%
• Desempregado • 18%
• Empresário • 10%
• Funcionário público • 6%
• Prefiro não informar • 5%
• Aposentado • 4%
Ainda em relação à influência da pandemia na vida financeira em 2021, os principais impactos foram:
• Perda do emprego (própria ou alguém da família): 43%%
• Não pôde exercer atividade autônoma 22%
• Redução na carga horária do trabalho: 20%
• Gastos médicos com doença de familiar: 14%
Entre as situações inesperadas que podem comprometer a vida financeira, os entrevistados apontaram como principais:
• Perda de emprego na família • 25%
• Ajudou financeiramente um familiar ou amigo • 20%
• Gastos médicos • 19%
• Problemas no carro/moto • 18%
• Reforma ou conserto emergencial em casa • 11%
• Gastos veterinários • 7%
Quando o assunto é a priorização de pagamentos numa eventual falta de recursos financeiros, garantir um local para moradia e serviços básicos como água e luz é a prioridade para a maioria:
• Aluguel: 31,5%
• Contas de consumo (água, luz, etc): 26,4%
• Fatura do cartão de crédito: 13,1%
“Já a priorização do pagamento das faturas pode ser explicada porque muitas vezes o cartão de crédito é utilizado como complemento salarial – os consumidores já contam com o limite disponível para cumprir com suas despesas recorrentes”, finaliza Alvarez.