GCN: por que a perenidade é uma estratégia fundamental para os negócios
Estudo da KPMG mostra que 73% das companhias brasileiras não investem na continuidade de seus empreendimentos
Você já ouviu falar em GCN? A sigla, que nada mais é do que Gestão de Continuidade de Negócio, corresponde à parte responsável por tornar um empreendimento próspero e frutífero ao longo do tempo. Em linhas gerais, é ela quem garante que a empresa continue ativa com o passar dos anos, tudo por meio de uma análise profunda de desenvolvimento dos negócios, pesquisa de mercado, acesso e coleta de dados, entre outros caminhos.
É fato que a GCN é uma parte muito importante no cerne de qualquer negócio, mas no Brasil, boa parte das empresas não dá a devida atenção a ela. É o que mostra a pesquisa da KPMG: 73% das corporações brasileiras não pensam bem na continuidade de seus negócios, o que compromete o bom andamento do mercado. Na verdade, a maior parte delas sequer tem uma área dedicada a isso: 40% não têm qualquer estratégia de futuro.
O estudo também revela que 33% das companhias já começaram a se organizar nesse sentido, mas o esforço ainda é pequeno: para essas corporações, há uma gestão de continuidade, mas ela ainda não é suficiente para direcionar as operações. Somente 27% das empresas possuem uma estratégia certeira de GCN e estruturam seu futuro com mais maturidade. Empresas como Magazine Luiza, e até mesmo do ramo da depilação a laser, tiveram um faturamento alto em plena pandemia pela adoção do método.
Setores com mais e menos planejamento
Um outro ponto elencado pela KPMG é que as empresas sem muitas estratégias normalmente pertencem a setores específicos. Os mais comuns são os de logística e distribuição (88%), seguidos por agronegócio (75%), biotecnologia (75%) e educação (69%). Já as empresas mais maduras e que trabalham melhor a GCN são as de tecnologia da informação (51%) e serviços financeiros (49%).
Em entrevista ao Estadão, Luiz Navarro, sócio-líder de Gestão de Riscos e de Continuidade de Negócios da KPMG, destaca que a governança corporativa tem como principal função a de proporcionar uma perenidade às empresas. “O plano de continuidade de negócios, dentro da gestão de riscos, é muito importante, principalmente nesses momentos de crise e de volatilidade da economia global. Constatamos nesses momentos que as empresas que têm esses planos se saem melhor”, comenta o executivo.