O quanto sabemos sobre o Metaverso? Por Marília Gersely*
Não é de hoje que ouvimos falar do famoso e polêmico Metaverso. Fato é que, por muitas vezes, mesmo sem muito conhecimento deste novo universo nos arriscamos a falar. Mas será mesmo que não conhecemos? O quanto essa proposta é realmente uma novidade?
De fato, o metaverso é um assunto que já vem de algum tempo, mas é unanimidade entre os grandes pesquisadores desse setor a afirmativa de que ainda é muito cedo para entender qual será o verdadeiro impacto do metaverso na mídia e na vida da população. Mas uma coisa é certa: o ponto de intersecção para o sucesso são as pessoas.
O metaverso nada mais é do que a convergência de todos os avanços tecnológicos que vivenciamos nos últimos anos em um só lugar. A ideia futurista que nos é apresentada por meio de robôs multifuncionais, inteligência artificial, realidade aumentada e todas as outras inovações que ainda vão surgir tem um único propósito: servir as pessoas. Afinal, são elas que consomem, compram, vendem, compartilham e avaliam produtos ou marcas.
A gamificação e a “nova publicidade” também fazem parte desse universo. As marcas entenderam que elas podem e vão fazer parte dessa nova etapa evolutiva da experiência do consumidor. As novas tendências de consumo já estão direcionadas a esse novo cenário e, assim como os produtos, os eventos também aparecem trilhando esse caminho.
Muito impulsionado pela pandemia e o isolamento social, a alternativa digital se apresentou como um mundo a ser explorado para eventos, palestras e encontros. Essa dominância tecnológica tende a ficar cada vez mais comum e evoluída com o conjunto de novas tecnologias que conectam em grande escala o mundo físico ao digital, como já é visto em parte da nova Web 3.0.
Dessa forma, as marcas enxergam esse cenário como uma oportunidade de chegar onde antes não seria possível. Os benefícios e possibilidades se tornam infinitos a partir da exploração, levando o direcionamento novamente ao foco central: as pessoas. De fato, as marcas estarão onde nós estivermos.
Recentemente, a Nike exemplificou qual deve ser o novo posicionamento das marcas visando às infinitas possibilidades do metaverso. No ano passado, a empresa americana criou a Nikeland dentro do jogo Roblox e também anunciou a compra da empresa Artifact Studios (RTFKT), especializada na criação de tênis e artefatos digitais. Seu objetivo é claro: crescer no metaverso e atrair amantes da união entre moda e games.
Pedro Chiamulera, CEO e fundador da ClearSale – unicórnio brasileiro, especialistas em detecção e prevenção à fraude – cliente da agência, esteve presente no South by Southwest (SXSW), maior festival de inovação e de criatividade do mundo, realizado em março, no Texas (EUA). Convidado para falar em um painel sobre Metaverso, ele foi preciso em afirmar que esse novo “universo” será um espaço onde cada um poderá ser o que é, sentindo-se acolhido e seguro. E tudo isso será possível por ser um ambiente colaborativo.
A desconfiança do novo sempre vai existir. Porém, teremos uma grande oportunidade de unir gerações em um lugar em que todos partem da mesma experiência. O metaverso hoje pode parecer algo de outro planeta, mas com o tempo iremos entender mais e descobrir o que realmente acontece nessa realidade paralela. Se tudo o que dizem vai dar realmente certo, nós não sabemos. Mas seguimos acompanhando.
*Marília Gersely é Head de Planejamento e Criação da MCM Brand Experience