Talento e habilidades em IA generativa: o que os executivos precisam saber e fazer hoje, por Joaquim Campos*
A IA generativa é diferente de qualquer tecnologia já existente. Rapidamente está gerando disrupção nos negócios e na sociedade, forçando os líderes a repensar os seus pressupostos, planos e estratégias em tempo real. Para se ter uma ideia do impacto nos negócios, um estudo recente do IBM Institute for Business Value (IBV) afirma que 75% dos CEOs no mundo acreditam que a vantagem competitiva em suas indústrias, a partir de agora, dependerá de quem tiver a implantação e domínio mais avançados da IA generativa.
No entanto, os executivos entrevistados estimam que implementar IA e automação exigirá que 40% de sua força de trabalho seja requalificada nos próximos três anos, reforçando ainda mais que a IA generativa está criando uma demanda por novas funções e habilidades. Por isso, é fundamental que as empresas não apenas busquem talentos no mercado, mas aprimorem o conhecimento da equipe já existente para aproveitar tecnologias que emergem exponencialmente e criam empregos do futuro. Futuro este, que acontece agora.
Com a IA generativa redefinindo cada trabalho e cada tarefa, desde o nível básico até o nível executivo, os líderes de negócio precisam saber e fazer três coisas chaves:
A IA generativa envolve pessoas e habilidades, não apenas tecnologia
A vantagem competitiva vem do aumento da experiência dos funcionários e a transformação da forma como o trabalho é realizado. Com isso na mente, é fundamental que o talento humano seja central na estratégia de IA generativa. Criar oportunidades para que a área de Recursos Humanos lidere e comunique como as funções evoluirão e onde podem aplicar a IA generativa para obter maior impacto ajuda a impulsionar a transformação do talento.
À medida que a IA se torna mais inteligente, podem ser feitos trabalhos de maior valor
Globalmente,77% dos trabalhadores de nível inicial verão seus empregos mudarem até 2025 – e o mesmo acontecerá com mais de um quarto dos executivos. Priorizar os casos de uso de alto impacto é o primeiro passo para definir o que significa trabalho de maior valor: colaborar, trabalhar com “exceções”, capacitar e requalificar a força de trabalho.
Criatividade é a habilidade “obrigatória” para a IA generativa
Os funcionários precisarão desenvolver novas habilidades e formas criativas de interagir com a IA e entre si. Os líderes de negócio podem repensar seu modelo de operações para desbloquear a criatividade. Também podem usar uma guia de ação para avaliar seu estado atual, planejar uma possível escassez de habilidades e equipar os funcionários com as habilidades necessárias de IA.
E as habilidades?
A IA generativa é uma revolução, não evolução. Por isso, a formação é uma oportunidade de avanço para todos. As organizações podem alavancar seus times técnicos que nivelem por cima o nível de preparação de suas equipes, podem aproveitar também parcerias com instituições de ensino ou acelerar o treinamento com o ecossistema fomentando ao mesmo tempo que toda a indústria prospere igualmente.
Do nosso lado, a IBM anunciou recentemente o compromisso de treinar dois milhões de pessoas em IA até o final de 2026 para ajudar a preencher a lacuna de habilidades. Para atingir esse objetivo em escala global, estamos expandindo colaborações com universidades em todo o mundo, trabalhando com parceiros para oferecer treinamento de IA a alunos adultos, e lançando novos cursos gratuitos de IA generativa por meio do IBM SkillsBuild.
As principais organizações estão agora repensando estratégias e ações em torno de talentos e competências. As empresas bem-sucedidas serão aquelas que construírem uma abordagem flexível e ponderada que incentive o aprendizado, a criatividade, experimentação e inovação, superando a ansiedade, recompensando o entusiasmo, a inclusão e o otimismo.
*Joaquim Campos é vice-presidente de IBM Data e IA, AI Apps e Automatização na América Latina